Audiência discute fome e vulnerabilidade social durante e pós-pandemia
Na quinta-feira (16), o vereador Tiago Ferreira (PT), presidente da Comissão de Combate à Fome e a Vulnerabilidade Social da Câmara Municipal de Salvador, e o vice-presidente do colegiado, vereador Hélio Ferreira (PCdoB), conduziram os trabalhos da audiência pública com o tema “A Fome e a Vulnerabilidade Social durante e pós-Pandemia”. A atividade matutina foi transmitida ao vivo pelos canais de comunicação da Câmara.
“Precisamos de políticas públicas bem estruturadas para diminuir de forma urgente o número de pessoas que passam fome. Essa deve ser a prioridade do município, já que cuidar (bem) de gente é essencial para que todo o resto possa funcionar bem. Não podemos fechar os olhos para a situação atual. A audiência foi importante para que, através de dados concretos, pudéssemos entender a realidade e a partir daí agir de forma assertiva”, destacou o vereador Tiago Ferreira.
As vereadoras Marta Rodrigues (PT), Roberta Caires (Patriota) e Maria Marighella (PT), o presidente da Câmara, Geraldo Júnior (MDB) e a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) contribuíram bastante para o início do debate.
Também estiveram presentes na mesa Wilson Neto (coordenador da Coordenadoria em Segurança Alimentar e Nutricional de Salvador, vinculada à Secretaria Municipal de Promoção Social, Combate à Pobreza, Esporte e Lazer), Rose Pondé (Superintendente de Inclusão e Segurança Alimentar de Justiça Direitos Humanos e Desenvolvimento Social), dentre outros.
Além dos citados, também participaram da audiência Edgard Aparecido (conselheiro do Conselho Nacional de Segurança Alimentar Nutricional), Sandra Maria Chaves (professora associada da Escola de Nutrição da Universidade Federal da Bahia) e Bernadete Souza (especialista em Educação pela Universidade de São Paulo e Representante do Fórum Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Tradicionais de Matriz Africana).
Dados
Durante a sua fala, Silvana Oliveira, pesquisadora da Ufba destacou dados alarmantes sobre a insegurança alimentar em Salvador. “Fiz parte de uma pesquisa que incorporou o estudo da insegurança alimentar aqui na cidade dentro da pesquisa sobre a Qualidade do Ambiente Urbano da Cidade (QUALISalvador).
Com os dados, conseguimos concluir que os bairros que apresentam maior índice de segurança alimentar apresentam também índice de qualidade do ambiente urbano. Percebemos também que cerca de 40,9% dos bairros de Salvador apresentam índice de insegurança alimentar e 7,9% apresentam índice de insegurança alimentar grave”, disse.
A representante do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, Ana Georgina, destacou como a pandemia agravou esse cenário.
“Mesmo antes da pandemia já enfrentávamos uma crise econômica que se materializava com altos índices de desemprego e informalidade. Salvador sempre figura como uma das capitais com maior taxa de desemprego, informalidade e subocupação. A pandemia acaba tendo um efeito potencializador dessas questões. Nesse cenário, é que a fome e a insegurança alimentar aumentam a níveis alarmantes. A combinação de baixos rendimentos e alta de preços dos produtos alimentícios tem causado uma verdadeira tragédia em nossa cidade”, relatou.