Vacinas compradas por estados podem ser ‘abatidas’ de plano nacional
O secretário-executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, disse nesta sexta-feira (12) que o governo federal ainda vai avaliar como serão gerenciadas as doses de vacinas contra a Covid-19 compradas diretamente por estados e municípios sem a participação do governo federal.
Uma das possibilidades, de acordo com Élcio, é “abater” essas doses da quantidade que futuramente seria enviada pelo ministério dentro do Programa Nacional de Imunizações (PNI). “Vamos discutir uma forma de continuar oferecendo a equidade”, disse Élcio.
Segundo o secretário, prefeitos e governadores devem manter a ordem dos grupos prioritários em todo o país, mesmo com a compra de doses extras fora dos acordos federais.
A necessidade de organizar a gestão das doses surgiu depois que estados e municípios anunciaram as primeiras compras fora de acordos federais com negociações com a vacina russa Sputnik V.
Compra da vacina russa
O Ministério da Saúde assinou nesta sexta contrato para compra de 10 milhões de doses da Sputnik V, vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo instituto russo Gamaleya. O anúncio do ministério ocorre um dia após governadores e prefeitos também anunciarem seus próprios acordos para fornecimento de doses.
O governador da Paraíba, João Azêvedo, anunciou que o Consórcio Nordeste apresentará nesta sexta proposta ao Fundo Soberano Russo para comprar 39,6 milhões de doses da vacina.
Na Bahia, o governador Rui Costa anunciou que vai fazer a compra de seis milhões de doses da vacina russa.
Em Minas Gerais, Belo Horizonte anunciou a compra de 4 milhões de doses e Betim, 1,2 milhão. Na quinta-feira, Maricá (RJ) anunciou a compra de 400 mil doses.
As compras anunciadas por governadores e prefeitos ocorrem após o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar, em 23 de fevereiro, que estados e municípios comprem e distribuam vacinas contra a Covid-19. A mesma autorização está prevista na recém sancionada lei federal 534/2021, que permite a compra por estados, municípios e pelo setor privado.
(G1)