Diante dos dados da SSP, vereadora diz que “não podemos mais ficar à mercê”
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara de Salvador, a vereadora Ireuda Silva (Republicanos) demonstrou preocupação com a escalada de casos de feminicídio na Bahia em 2020. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), já foram registradas 100 ocorrências, uma a menos em relação ao ano passado.
“Tudo indica que nosso estado fechará o ano com um número de feminicídio ainda maior do que no ano passado. Em parte, isso é resultado de algo sobre o qual venho alertando há meses: com o isolamento social provocado pela pandemia, as mulheres ficaram confinadas em casa com seus companheiros violentos”, destacou a vereadora.
Ela observou que é muito provável que a maioria dessas mulheres assassinadas já sofriam agressões há muito tempo. “Por isso, sempre defendemos a importância da denúncia, da ampliação de medidas protetivas e de um maior engajamento de familiares, amigos, vizinhos e da sociedade como um todo. Não podemos mais ficar à mercê”, acrescentou Ireuda, que também alertou para outras formas de violência contra a mulher.
“O assédio sexual e a violência física e psicológica são primas do feminicídio. A maioria das mulheres assassinadas já haviam sofrido outras formas de violência anteriormente”, ressaltou.
Casos
“Nesta semana, dois atos de extremo machismo chocaram o país: um deputado de São Paulo, durante sessão plenária, tocou os seios da colega de parlamento, Isa Penna. Enquanto isso, um juiz, em sessão, desdenhou cruelmente da Lei Maria da Penha”, lembrou Ireuda, que repudiou os atos em suas redes sociais.
“Esse deputado deve ser rigorosamente punido. Mas esperamos que o caso não caia nas mãos desse juiz, que não honra a toga que usa e parece desconhecer a lei a qual é encarregado de defender”, acrescentou.
A vereadora disse ainda que “essa é a resposta para quando perguntam a nós, mulheres, pelo que lutamos. Esses dois homens são exemplos de produtos da cultura machista, que produz assediadores, agressores e até assassinos”.
Câmara Municipal de Salvador