Bolsonaro chama governadores de ‘ditadores nanicos’ por medidas contra a Covid
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse na manhã deste sábado (5) que prefeitos e governadores que não priorizam economia são “ditadores nanicos” e que “tem de enfrentar”a Covid-19.
Bolsonaro deu as declarações durante uma visita que marcou a entrega da obra de reforma da pista central do aeroporto de Congonhas, na Zona Sul de São Paulo. As obras foram iniciadas há exatamente um mês e concluídas na quinta-feira (3), ao custo de R$ 11,5 milhões.
“Alguns governadores querendo proibir pousos, alguns governadores fecharam rodovias federais, como o Pará, por exemplo, e tiraram o poder de resolver as questões como eu achava que devia resolver. Fica uma grande experiência, como alguns me acusam de ditador, dos projetos de ditadores nanicos que apareceram pelo Brasil afora, não só em áreas estaduais, como alguns municipais também”, afirmou.
Bolsonaro chegou por volta das 9h ao aeroporto. Na entrada do pavilhão de autoridades, desceu para tirar fotos com cerca de 20 apoiadores. Sem usar máscara, ele autografou uma bandeira do Brasil de uma apoiadora. A imprensa não pôde se aproximar do presidente quando ele desceu do carro para cumprimentar os apoiadores.
“Aquele pessoal que dizia no passado, que ‘a economia recupera depois’, tá na hora dessas caras botarem a cabeça para fora e dizer como é que se recupera rapidamente a economia, eu sempre falei que era vida e economia. Fui muito criticado, mas eu não posso pensar de forma imediata, tem que pensar lá na frente. Esperamos que volte à normalidade no país, não digo mais rápido porque não vai ter como ser rápido, mas não vamos demorar também”, afirmou.
O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil teve um tombo histórico de 9,7% no 2º trimestre, na comparação com os 3 primeiros meses do ano, devido ao impacto da crise do coronavírus, segundo divulgou nesta terça-feira (1) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com Bolsonaro, é preciso “enfrentar” a pandemia.
“Fica esse ensinamento na pandemia. Pessoal não tem que ter medo da realidade, o vírus, eu falei lá atrás, que ia pegar uma grande quantidade de gente, pra tomar cuidado com os mais idosos, mais quem tem comorbidades, mas tem que enfrentar.”
Segundo a assessoria de imprensa do Planalto, o presidente teria um encontro rápido no pavilhão de autoridades com o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, o presidente da Infraero, Brigadeiro Paes de Barros, o secretário nacional de Aviação Civil, Ronei Glanzmann.
O pré-candidato à Prefeitura de São Paulo e deputado federal Celso Russomano (Republicanos), marcou presença no evento.
Bolsonaro também visitou a pista principal do aeroporto e embarcou para Brasília por volta de 10h30.
Reforma da pista central
A obra de recuperação do asfalto da pista principal do aeroporto de Congonhas começou no dia 5 de agosto. A pista foi interditada para pousos e decolagens, que foram transferidos para uma pista auxiliar.
A reforma previa a aplicação na pista uma Camada Porosa de Atrito (CPA), usada para aumentar a quantidade de atrito e que escoa mais rapidamente a água, o que evita aquaplanagem, quando o avião perde o contato com o solo.
A previsão é que a reforma durasse um mês com trabalho 24 horas por dia. A reforma estava programada para o ano que vem, mas por causa do baixo movimento causada pela pandemia de coronavírus, foi adiantada.
O aeroporto de Congonhas segue com voos limitados por causa da pandemia de coronavírus.
Em março, foram 9.935 voos. Em abril, caiu para 105 voos e em maio foram apenas 56 voos, menos de 2 por dia. Em junho começou a haver uma tímida recuperação de 748 operações de voos comerciais regulares.
O aeroporto de Congonhas foi inaugurado em 1936, mas começou a operar em 1934 depois de uma enchente ter atingido o aeroporto de Campo de Marte, na Zona Norte, que até então era o único aeroporto da cidade. A pista principal tem 1940 metros de comprimento por 45 metros de largura.
(G1)