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‘Países vão ter que se endividar para salvar o emprego e a vida das pessoas’, diz presidente do BID

A pandemia do novo coronavírus escancarou para o mundo os dramas da desigualdade social na América Latina, a região mais desigual do planeta. A avaliação é do presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, em entrevista exclusiva à BBC News Brasil.

Os males da covid-19 mostraram ainda as falhas do sistema de saúde e a dependência de produtos de saúde fabricados em outros países e continentes, disse Moreno, falando de Washington, nos Estados Unidos, onde está a sede da instituição multilateral.

Na sua visão, os países deverão se endividar e gastar para preservar empregos e vidas.

Para ele, os mais pobres e os informais estão entre os mais prejudicados nesta crise mundial. “A verdade é que as pessoas mais pobres têm que se colocar diante de uma decisão muito difícil que é a vida ou a comida”, disse o presidente do BID, ao responder sobre a situação no Brasil.

Quando perguntado sobre a postura do presidente Jair Bolsonaro e de seus apoiadores, de negação às orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), ele lembra que os governadores de São Paulo e do Rio de Janeiro, porém, optaram pelas linhas do organismo, como a adesão à quarentena.

Presidente do BID desde 2005, há quase 15 anos, e ex-ministro de Desenvolvimento Econômico da Colômbia, ele informou que o Banco está ajudando vários países latino-americanos na compra de equipamentos para a área de saúde, mas que “neste mercado persa”, iniciado assim que a doença surgiu, pelos produtos usados no combate à covid-19, Brasil, México, Colômbia e Peru já começaram a fazer ou a tentar fazer seus próprios equipamentos, como respiradores.

(BBC)

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