Estudo internacional comprova eficácia das máscaras caseiras
Um estudo científico realizado pela Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, comprovou a eficácia das máscaras caseiras de algodão. Fáceis de produzir artesanalmente, esses equipamentos de proteção são um dos símbolos na guerra contra o coronavírus, ao se tornarem essenciais para conter a proliferação da doença em todo o mundo. A dica é: se tiver que sair de casa, use sempre máscara.
Durante pesquisas em laboratório, os pesquisadores fizeram uso de uma máquina para simular os diferentes tamanhos de gotículas que saem da boca de uma pessoa quando ela fala, tosse ou espirra. Foi avaliada a capacidade que dez tipos de tecido têm de filtrar essas partículas.
O algodão apresentou o melhor desempenho, filtrando, em média, 64% das gotículas menores e 82% das maiores. Já o cetim, por exemplo, foi menos eficaz, conseguindo segurar apenas 14% das partículas menores e pouco mais da metade das maiores. Os pesquisadores americanos também analisaram a combinação de tecidos e a sobreposição de camadas. A conclusão é que dá para fazer uma máscara tão eficiente quanto à usada pelos profissionais de saúde.
Uso obrigatório – Em Salvador, o uso obrigatório de máscaras de proteção é uma realidade em toda a cidade, seja no transporte público, veículos particulares e em qualquer tipo de ambiente de atividade laboral, inclusive no comércio informal. Segundo a médica infectologista da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Adielma Nizarala, qualquer cidadão pode fazer a sua em casa, de preferência, que o material seja 100% algodão. Tem até um tutorial no Youtube produzido pela Prefeitura, no endereço www. youtube. com/watch?v=a3Zmk38cBpw .
A especialista destaca que, diante da falta de insumos descartáveis, é essencial que as pessoas produzam suas próprias máscaras caseiras e façam uso todas as vezes que saírem de casa. “Até quem não tem muita habilidade pode buscar vários tutorais na internet e fabricar. Uma camiseta velha de algodão e elásticos são os materiais necessários para confecção dos equipamentos de segurança que precisam ser utilizados nesse momento da pandemia”, reforça.
Tamanho ideal – Com relação ao tamanho, a médica explica que a máscara precisa ficar justa e isolar o rosto, do nariz ao queixo. “É preciso uma certa vedação para inibir a passagem de gotículas, tanto parte frontal quanto nas laterais. Depois de acoplada, não pode mais ser tocada, nunca deve ficar de suporte na barba, na orelha, ser jogada, tirada e recolocada. O ideal é trocar de quatro em quatro horas, exceto se sujar ou molhar”, orienta.
A infectologista destaca ainda que, na hora da confecção, o ideal é utilizar o elástico, e não fitas para amarrar a máscara. “O elástico é bem mais higiênico e requer menos manuseio. Já com os lacinhos, precisamos amarrar e tocamos mais na máscara, o que aumenta o risco de contágio”, destaca.
A retirada do equipamento de proteção também exige cuidados. A recomendação da especialista é que, ao entrar em casa, as pessoas de imediato retirem as máscaras pelas laterais, coloquem para lavar e lavem bastante as mãos com água e sabão. “Essa também é uma conduta importante e que precisa ser adotada”, frisa.
Econômicas – As máscaras caseiras de algodão são reutilizáveis, desde que higienizadas após o uso. Para lavar, basta água e sabão. As brancas podem ficar de molho por 10 minutos, em solução de hipoclorito de sódio. Depois de lavadas, devem secar ao sol.
De acordo com a especialista, o uso deve ser combinado com outras medidas de proteção como higienizar as mãos, manter distância de pessoas com sintomas e praticar a etiqueta respiratória: ao tossir ou espirrar, cobrir a boca e o nariz com o cotovelo flexionado ou com um lenço, de preferência descartável. Em seguida, jogar fora o lenço e higienizar as mãos.
SECOM