Esporte

Comissão técnica e jogadores vivem indefinição no sub-23 do Bahia

Os últimos meses do mundo esportivo têm sido de incertezas. Sem atividades por conta da pandemia do novo coronavírus, clubes, organizações e federações têm buscado saídas para minimizar a crise e calculado os prejuízos da paralisação forçada.

No Bahia, a situação não diferente. O tricolor estima perder até R$ 60 milhões e, por isso, vem adotando medidas para amenizar a situação. O clube tem negociado contratos com fornecedores, reforçado a campanha de sócios e optou ainda pela redução salarial de atletas e dirigentes. Mas, nos próximos dias, o Esquadrão pode tomar medidas ainda mais duras.

Depois de três anos, o projeto do time de aspirantes tem futuro incerto. O clube aguarda uma resposta da CBF sobre o calendário de competições da categoria para decidir se mantém ou não a equipe em atividade. A tendência, no entanto, é a de que o Bahia siga o caminho de outras equipes do futebol brasileiro, que encerraram os trabalhos.
Este ano, o time de aspirantes estava dedicado exclusivamente ao Campeonato Baiano. Invicta na temporada, a equipe treinada por Dado Cavalcanti fez sete jogos, com quatro triunfos e três empates, mas viu o estadual ser paralisado a duas rodadas do fim da primeira fase. Além do Baianão, o time teria no calendário o Campeonato Brasileiro de Aspirantes, mas o torneio não tem realização garantida.

“A gente pode (se dar ao luxo de ter equipe de aspirantes), desde que a gente tenha calendário o ano todo. Agora estamos em um grande dilema que é a não confirmação do Campeonato Brasileiro de Aspirantes. Se não for confirmado, pode ser uma tendência a gente não dar sequência ao time esse ano. Mas estamos insistindo, esperando uma resposta, porque para nós é importante manter o sub-23, tem dado bons resultados, folga o time principal em relação aos outros campeonatos. Agora, é importante ter calendário para a continuação do projeto”, explicou o presidente do Bahia, Guilherme Bellintani, durante entrevista ao jornalista Jorge Nicola.

No meio deste turbilhão, jogadores e comissão técnica esperam uma definição e temem ser afetados. No tricolor desde o ano passado, Dado Cavalcanti tem contrato encerrando no próximo dia 20 e ainda não sabe se continuará. No interior de Pernambuco, onde está isolado com a família, ele revela que recebeu contatos de outros clubes, mas está esperando uma definição do Esquadrão.

“Ainda não sei o que vai acontecer. Cheguei a receber alguns convites nesse período, mas preferi cumprir o meu contrato, que está perto de terminar. Chegamos a iniciar uma conversa com o Bahia mas, com essa pandemia, temos que aguardar. Se for pra continuar, não faltará dedicação. Se surgir outra proposta, estarei ainda mais preparado por tudo o que aconteceu nesses últimos 12 meses de trabalho no Bahia”, disse ele ao Globo Esporte.

Reforço no principal

Atualmente, o elenco de aspirantes do Bahia conta com 27 jogadores. De acordo com Bellintani, caso o projeto seja mesmo encerrado, entre oito e dez atletas devem ser incorporados ao elenco principal, treinado por Roger Machado.
“Temos alguns jogadores que vão ser incorporados do sub-23, um bom trabalho do Dado Cavalcanti time que estava liderando o Campeonato Baiano com folga, jogando um futebol bom de assistir, só que mais uma vez tivemos a interrupção do trabalho. Muitos desses atletas vão ser integrados ao profissional e podem render bons frutos ainda esse ano”, garantiu o presidente.

Nessa linha, jogadores como o zagueiro Ignácio, os volantes Edson, Ramon e Yuri, o meia Arthur Rezende e os atacantes Gustavo, Régis Tosatti, Caíque e Saldanha são os mais cotados para reforçar o time de cima.
Entre os citados, Saldanha foi o único que já foi puxado por Roger Machado para atuar no elenco principal este ano. O garoto de 20 anos entrou no segundo tempo do empate por 2×2 com o Ceará, pela Copa do Nordeste, e ganhou elogios do treinador.

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