Sindicalista denuncia más condições de trabalho dos motoristas no País
Falta de segurança nas ruas e estradas, má alimentação e sedentarismo estão entre os problemas enfrentados pelos profissionais do setor de transportes. Foi o que apontou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários, Luiz Aníbal Machado, durante o 12º Fórum de Atenção Integral à Saúde do Homem, realizado na terça-feira (26) pela Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados.
“A maioria dos nossos motoristas tem hipertensão e diabetes. Além disso, há os problemas urológicos. Nesse caso, não é nem porque ‘eu sou homem e não aceito fazer o exame’, é porque não temos tempo de ir ao médico; vivemos para trabalhar”, relatou.
Uma pesquisa feita em 2017 pela Companhia Nacional do Transporte (CNT) revelou que menos da metade dos motoristas (42,6%) procura atendimento médico como forma de prevenção.
O mesmo levantamento também mostrou que quase 60% dos profissionais do transporte sofrem de depressão e que 43% estão acima do peso. Os principais motivos para motoristas procurarem atendimento médico, de acordo com o estudo, são hipertensão, problemas de visão e coluna e dores de cabeça.
O deputado Sergio Vidigal (PDT-ES), que pediu a realização do evento, lembrou que os profissionais do setor têm a vida mais sedentária, característica que pode favorecer o surgimento de doenças como câncer de próstata. Ele apontou ainda a ausência de assistência aos trabalhadores do transporte e defendeu o aprimoramento do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O SUS carece de uma linha de financiamento para a implementação de ferramentas tecnológicas. Não se justifica, em pleno século 21, a gente não ter um prontuário eletrônico dos pacientes”, disse.
Como solução para o problema de não haver prontuários eletrônicos, o representante do Ministério da Saúde no fórum, Danilo Campos da Luz e Silva, apresentou o Cartão de Saúde do Caminhoneiro, que vai servir para o trabalhador armazenar todas as informações necessárias para atendimentos médicos fora da sua localidade. Segundo Danilo, o documento, que ainda não foi implementado, será uma espécie de prontuário de bolso.
Agência Câmara Notícias