SJDHDS atua no carnaval para garantir festa inclusiva às pessoas com deficiência
Contribuir para promoção de uma festa inclusiva para pessoas com deficiência (PcDs) é um dos objetivos da Secretaria Estadual de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SJDHDS) no carnaval. No domingo (3), equipes da Superintendência dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Sudef) da SJDHDS visitaram o Circuito Batatinha (Pelourinho), os camarotes acessíveis, no Campo Grande e na Piedade, e a ala Gandhy Acessível, do Bloco Filhos de Gandhy, para verificar a acessibilidade nos espaços (presença de rampas de acesso, sanitários químicos adaptados, passeios e vias públicas desobstruídos etc.), e entrevistar, por meio de questionário, foliões e trabalhadores com deficiência sobre o caráter inclusivo da festa.
As equipes também realizaram mobilizações no terminal Nova Lapa e estações do metrô e distribuíram materiais informativos da campanha da SJDHDS “O Trabalho Infantil e Exploração Sexual não aparecem como esta propaganda”.
Desde quinta-feira (28), primeiro dia da folia, os agentes entrevistaram mais de 35 pessoas com deficiência, que relataram problemas de acesso aos meios de transporte e obstruções nas calçadas como principais dificuldades enfrentadas no carnaval. “Aqui, no Campo Grande, percebemos uma melhora na quantidade dos sanitários químicos adaptados. Ano passado, identificamos apenas três no circuito e, esse ano, constatamos mais de dez”, apontou o integrante da Sudef no Plantão Integrado, Luiz Araújo, citando também a melhora na qualificação da Polícia Militar ao revistar às PcDs, devido à capacitação promovida pela SJDHDS. A atuação da equipe ainda prevê visitas ao circuito Barra-Ondina, delegacias e postos de saúde.
O folião com deficiência física, Renivânio Jesus, 38, estava na Avenida curtindo seu primeiro dia de folia deste ano, quando parou para conversar com os agentes da Sudef. Ele contou como acha a ação importante, pois “é uma chance de melhorar algo pra nós, pessoas com deficiência”. “A acessibilidade nos passeios é difícil. A gente não acha rampas em qualquer lugar e aí não podemos passar”, disse.
Além disso, surdos e pessoas com deficiência auditiva que queiram tirar dúvidas, fazer denúncias ou precisem de orientação estão sendo encaminhados – exceto em casos que requeiram atendimento de emergência no local – ao Plantão Integrado, localizado na sede do Procon, na rua Carlos Gomes, no bairro Dois de Julho, pelas equipes volantes da Sudef, atuantes em todos os circuitos carnavalescos.
Esta é a primeira vez que o Plantão está disponibilizando atendimento especializado em Libras para esses foliões, através de duas intérpretes da Central de Interpretação de Libras da Bahia (Cilba) da SJDHDS. O serviço funciona de 9h às 21h até o último dia oficial de carnaval (5) e também está acessível on-line por meio de videoconferência via Skype (CILBA Sudef).
Até o momento, a Cilba realizou onze atendimentos (um por meio de videoconferência e dez por mensagens no WhatsApp e Facebook da Central). A ideia é que os dados coletados nos atendimentos em Libras sirvam, futuramente, como subsídio para elaboração de ações preventivas e permanentes de enfrentamento a situações de discriminação e violência contra pessoas com deficiência na folia, em especial no circuito Barra-Ondina, apontado, em pesquisa prévia da Central, como favorito do público surdo.