Tecnologia

Chat, serviço de mensagens do Google que substituirá o SMS nos celulares Android

O Google acaba de lançar um novo serviço desenvolvido para substituir as mensagens de SMS nos telefones com o sistema operacional Android.

Batizado de Chat, ele permitirá não apenas o envio de textos, mas também vídeos, e contará com indicativos de confirmação de leitura – que não estão disponíveis no SMS (sigla para “short message service”, ou serviço de mensagens curtas, em tradução literal).

Da mesma forma que a Apple fez com o iMessage nos celulares iPhone, ele estará integrado nos Android. As mensagens não serão, contudo, criptografadas – recurso disponível no serviço da Apple.

O fornecimento do serviço dependerá das operadoras de celular.

O SMS começou a ser implementado em larga escala na década de 1990 e permite que os celulares troquem mensagens de texto de até 160 caracteres.

Já os aplicativos de mensagens mais modernos oferecem funções bem mais avançadas. Permitem a troca de mensagens via internet, por exemplo, em lugar de usar unicamente a rede móvel, como no caso dos SMS.

Antes do Chat, o Google tentou várias vezes lançar sua própria plataforma de mensagens, mas falhou na hora de atrair a atenção do grande público. A última delas, a Allo, está sendo “pausada”, segundo anunciou a empresa na última quinta-feira.

Os rivais

Além da Apple, o Google tem outros rivais em plataformas de mensagens, como o Facebook Messenger e o WhatsApp, que oferecem, além do envio de mensagens e da realização de chamadas multimídia, indicadores de quando o interlocutor está escrevendo.

Desta vez, em vez de apostar no lançamento de outro aplicativo de mensagens, o Google tem trabalhado em uma plataforma integrada no Android.

Os operadores de celular, os fabricantes de telefones e os desenvolvedores de aplicativos poderão usar a nova tecnologia para criar sistemas de mensagens compatíveis com ela.

O Chat usa um padrão de comunicação chamado RCS (Rich Communications Services, serviços de comunicação enriquecidos, em tradução livre), que vem substituindo o SMS e permite que as trocas de mensagens ganhem mais recursos, como áudios, imagens e vídeos.

A GSMA, associação que reúne centenas de operadoras de telefonia móvel e nasceu em meados dos anos 1990, durante a implementação da tecnologia GMS (que antecedeu a conexão 3G e 4G), passou anos trabalhando na renovação dos SMS e na implementação do RCS.

Sob essa perspectiva, Anil Sabharwal, diretor de produtos no Google, afirmou, em entrevista para o site de notícias de tecnologia The Verge, que o “RCS continua sendo um serviço de propriedade de uma operadora”, o que faz com as mensagens possam ser legalmente interceptadas.

Para desenvolver o Chat, o Google se associou a mais de 50 redes de telefonia móvel, como Vodafone, T-Mobile e Verizon, além de uma dezena de fabricantes, como Samsung, LG e Huawei.

Compatibilidade

O serviço estará disponível apenas para as trocas de mensagens entre usuários de Android.

Se o destinatário não tiver dispositivo Android, as mensagens serão enviadas pelo velho sistema de SMS.

O Google afirmou que o Chat não é um novo aplicativo da empresa. Como usa o padrão de comunicação RCS, depende das redes móveis e dos fabricantes para funcionar.

E dado que as mensagens são enviadas pela internet, não esgotam a cota de mensagens do cliente. Porém, as operadoras de celular poderiam, em teoria, cobrar tarifas adicionais dos clientes para usar o Chat.

Empresas como a Sprint, gigante americana de telefonia móvel, já ativou o Chat em seus dispositivos.

A Microsoft é uma das empresas que apoiou o desenvolvimento do RCS, mas não confirmou se vai integrar a função ao Windows 10. Já a Samsung vai integrar a tecnologia RCS em seu próprio software.

A Apple, a grande rival do Google, não participou do desenvolvimento do projeto.

O Google disse que espera que a funcionalidade esteja implementada por completo em todos os celulares Android em um prazo máximo de dois anos.

Segundo anunciado no final do ano passado, o Chat chegará ao mercado latinoamericano com as operadoras América Móvil, Telefónica, Oi e AT&T.(BBC)

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