ONU faz apelo por desarmamento de rebeldes na República Centro-Africana
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, finalizou sua visita de três dias à República Centro-Africana, onde reivindicou aos grupos rebeldes que promovem o conflito armado no país que abandonem as armas e busquem soluções políticas.
Em discurso feito ontem (27) à noite antes de deixar a República Centro-Africana, Guterres pediu às 14 organizações armadas que existem no país que “participem da vida política” e “se unam ao processo de paz proposto pelo governo”.
“A violência e os abusos das vítimas não são o caminho para conseguir sua integração pacífica na comunidade nacional”, ressaltou o secretário-geral da ONU.
Para conseguir o avanço do processo de paz, Guterres reivindicou a mobilização da comunidade internacional para colaborar com a missão da ONU na República Centro-Africana (Minusca) no desenvolvimento do Exército e da polícia no país.
“Não podemos abandonar os centro-africanos. Todos devemos mobilizar-nos para ajudá-los a construir o futuro que merecem, que lhes deve ser garantido”, acrescentou Guterres.
Antes de chegar à República Centro-Africana, Guterres destacou o “momento-chave” em que se encontra o país e pediu que se aumente em 900 unidades o número de boinas azuis presentes ali, que atualmente está em torno de 12 mil.
Nos três dias de visita, o secretário-geral da ONU prometeu sanções contra a exploração e o abuso sexual cometidos por alguns boinas azuis da Minusca contra a população local e reiterou o compromisso da comunidade internacional com a paz no país.
A República Centro-Africana vive um complicado processo de transição desde que, em 2013, os rebeldes Séléka derrubaram o presidente François Bozizé, o que suscitou uma onda de violência sectária entre muçulmanos e cristãos e causou milhares de mortes.
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