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Correios decidem encerrar serviços do Banco Postal,na Bahia 440

Os Correios informaram nesta sexta-feira (29) que os serviços prestados pelo Banco Postal serão encerrados a partir de 11 de outubro em 1.827 agências da estatal em 12 estados.

Segundo nota enviada pela assessoria de imprensa dos Correios, os altos custos de manutenção e segurança “os tornam inviáveis”.

O Banco Postal é uma parceria com o Banco do Brasil que se vale da rede de atendimento dos Correios para a intermediação de serviços bancários básicos. Em vários municípios chega a ser a única opção de acesso bancário. Atualmente, o serviço é oferecidos em cerca de 6.500 agências dos Correios.

Justificativas

“Com o aumento das decisões judiciais que obrigam a adoção de ações de segurança adicionais às previstas para correspondentes bancários (contratação de vigilantes armados e/ou porta giratória), os Correios se veem obrigados a interromper os serviços do Banco Postal nessas localidades”, afirma a estatal. “Cabe esclarecer que os demais serviços dos Correios continuarão disponíveis nessas unidades”, acrescenta.

Segundo reportagem do jornal “Valor Econômico” desta sexta, o custo mensal nessas agências poderia chegar a R$ 8 milhões e a intenção dos Correios era repassar essas despesas de segurança para o Banco do Brasil, o que o contrato não permitiu.

Questionado, os Correios responderam que “por se tratar de assunto estratégico”, não poderia comentar os valores desse custo.

Os Correios informaram ainda que permanece em negociação com o Banco do Brasil para buscar soluções que reduzam o impacto do encerramento dos serviços do Banco Postal.

Já o Banco do Brasil informou que busca “encontrar alternativas que permitam a manutenção de parte dos pontos de atendimento”.

No final de 2016, os Correios fecharam acordo com o Banco do Brasil para manter a parceria por mais 36 meses.O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) informou que o fechamento das agências do Banco Postal irá afetar um total de 137.962 benefícios de aposentados e pensionistas, cujo pagamentos terão que migrar para outras agências bancárias. Desse total, 1.231 benefícios terão que ser transferidos para outros municípios.

Os trabalhadores dos Correios estão em greve desde a semana passada. Nesta quinta-feira (28), o ice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Emmanoel Pereira, declarou abusiva a greve. A decisão derruba a liminar concedida na segunda-feira (25) que determinou a manutenção de 80% das atividades nas unidades da empresa. Segundo os Correios, os “empregados que aderiram à paralisação devem retornar aos seus postos de trabalho imediatamente”.

Crise nos Correios

Os Correios enfrentam uma severa crise econômica. Nos últimos dois anos, os Correios apresentaram prejuízos que somam, aproximadamente, R$ 4 bilhões. Desse total, 65% correspondem a despesas de pessoal.

Neste mês, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, admitiu que existe a possibilidade de privatizar os Correios, mas afirmou que ainda “não há uma decisão tomada”, já que “isso é uma coisa que tem que ser tratada com muito cuidado”. Em março, o ministro das Comunicações, Gilberto Kassab, já havia afirmado que, se a empresa não promovesse o “equilíbrio rapidamente”, “caminharia para um processo de privatização”.

Em 2016, os Correios anunciaram um Programa de Demissão Incentivada (PDI) e pretendia atingir a meta de 8 mil servidores, mas apenas 5,5 mil aderiram ao programa.

Os Correios anunciaram em março o fechamento de 250 agências, apenas em municípios com mais de 50 mil habitantes, além de uma série de medidas de redução de custos e de reestruturação da folha de pagamentos.

Em abril, o presidente dos Correios, Guilherme Campos, afirmou que a demissão de servidores concursados vinha sendo estudada. Segundo ele, os Correios não têm condições de continuar arcando com sua atual folha de pagamento e contratou um estudo para calcular quantos servidores teriam que ser demitidos para que o gasto com a folha fosse ajustado.

A estatal alega ainda que o custeio do plano de saúde dos funcionários é responsável pela maior parte do déficit da empresa registrado nos últimos anos. Hoje a estatal arca com 93% dos custos dos planos de saúde e os funcionários, com 7%.(G1)

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