Sonhar ajuda a reduzir o risco de Alzheimer
Uma boa notícia para os sonhadores: segundo um estudo publicado recentemente no periódico científico Neurology, quem tem muitos sonhos à noite pode ter menos risco de Alzheimer.
Por outro lado, permanecer por menos tempo no sono REM (sigla em inglês para “movimento rápido dos olhos”), fase do sono em que os sonhos ocorrem, pode aumentar a probabilidade de desenvolvimento da doença.
Perturbação do sono
Depois de doze anos de investigação, a equipe de pesquisa da Escola de Medicina da Universidade Boston, nos Estados Unidos, descobriu que a cada 1% de redução no tempo de sono REM, o risco de o indivíduo desenvolver o Alzheimer pode aumentar em 9%.
Essa fase do sono, além da movimentação dos olhos, está naturalmente relacionada a uma maior atividade cerebral, maior temperatura corporal e respiração e batimentos cardíacos mais acelerados. Em estudos anteriores, a doença degenerativa já foi relacionada à perturbação do sono. Entretanto, os pesquisadores não sabem ao certo qual a relação de causa e efeito entre esses fatores.
O estudo
No recente estudo, os cientistas americanos analisaram os padrões de sono de 321 pessoas com mais de 60 anos. Depois de 12 anos de acompanhamento, eles perceberam que os pacientes com Alzheimer tiveram uma quantidade significantemente menor da “fase sonhadora” do sono comparados àqueles que não desenvolveram a doença.
Possíveis causas
De acordo com a Alzheimer’s Society, ONG britânica de pesquisa sobre a doença, uma em cada 14 pessoas acima de 65 anos são afetadas pela doença. Apesar dos resultados da pesquisa, segundo Matthew Pase, principal autor do estudo, o achado não prova que uma menor duração do sono REM causa Alzheimer, apenas mostra uma associação entre os dois. No entanto, ele sugere alguns fatores que podem estabelecer essa relação.
“O REM pode ajudar a proteger as conexões dentro do cérebro que são vulneráveis aos danos do envelhecimento e do Alzheimer. Por outro lado, a redução nessa fase do sono pode ser causada por outros fatores de risco do Alzheimer, como o aumento da ansiedade e do estresse, mas isso requer estudos mais aprofundados.”, disse Pase ao site especializado Live Science.(Veja)