Salvador

Ações da Prefeitura incentivam preservação da capoeira como patrimônio vivo da cultura brasileira

Ações de fomento à prática da capoeira, empreendidas em Salvador por meio da Secretaria Municipal de Educação (Smed) e da Fundação Gregório de Mattos (FGM), têm sido importantes incentivos à preservação da modalidade que mistura música, dança e arte marcial. Nascida durante o período colonial, a prática representa a Bahia e a cultura oriunda da resistência negra do Brasil em diversos países, como França, Espanha, Holanda, Alemanha e Canadá, onde é praticada e difundida pelas comunidades brasileiras.
Buscando incentivar a prática de atividade física regular aliada aos trabalhos em sala de aula, a Smed, em parceria com o projeto “Ginga de Peito Aberto”, conta com a capacidade de atender até mil alunos e contempla quatro escolas – Escola Francisco Leite, em Águas Claras; Escola Arlete Magalhães, em Castelo Branco; Escola Laboratório (Escolab) da Boca do Rio; com idades de 7 a 17 anos. As aulas têm duração de 1h, e a secretaria garante aos alunos todo material para a prática da atividade, como calça, camisa, sandálias, berimbaus, atabaques e pandeiros, além de contratar coordenadores, professores e auxiliares para o ensinamento da didática educacional e pedagógica.
“Quando falamos em preservação da capoeira, precisamos pensar na roda e prática e também na arte dos mestres que levam essa cultura adiante. Por isso é importante preservar e difundir essa expressão cultural tão representativa da cultura baiana. A capoeira envolve, em um mesmo sistema, elementos como música, dança, língua de diversas culturas africanas e uma luta marcial sofisticada. Por conta disso, é ainda mais valiosa a participação da FGM como único ente público com representação no Conselho Gestor da Salvaguarda da Capoeira do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)”, explica a gerente de Patrimônio aqui da Fundação Gregório de Mattos, Magnair Barbosa.
Além do Conselho Gestor, a FGM é responsável ainda por ações que impulsionam a prática na cidade, como o Projeto Capoeira Viva, em parceria com o Ministério da Cultura. A iniciativa promoveu inúmeras atividades de cunho educativo e em caráter institucional, culminando, já em 2017, no primeiro edital do setor com investimento público, no valor de R$ 180 mil, cujo objetivo é valorizar, disseminar e salvaguardar a capoeira como patrimônio imaterial de Salvador. Com resultados programados para sair ainda no mês de agosto, o edital terá premiações em nove modalidades, sendo três delas contempladas com R$ 30 mil cada e seis que receberão R$ 15 mil cada.
Praticante desde os 13 anos e formado mestre há dez, Neuber Leite Costa, mais conhecido como Mestre Soldado, de 42 anos, é o primeiro capoeirista de sua família e já formou aproximadamente mil alunos. Ele destaca a importância do apoio do poder público para inserir cada vez mais o esporte na cultura nacional. “A parceria da Prefeitura, por meio da FGM, com as entidades que cuidam da capoeira é importante para a preservação e promoção de nossa atividade. Em relação ao reconhecimento da capoeira fora da Bahia e até mesmo do Brasil, cabe sempre uma quantidade enorme de esclarecimentos, pois o esporte ainda é visto de forma equivocada por quem não se aprofunda em sua história, seus aspectos culturais, como a separação entre os estilos Angola e Regional, dentre outras informações que diferenciam a capoeira de outras artes”, detalha.
SECOM – 

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