Theresa May tenta acordo com partido irlandês para governar o Reino Unido
A primeira-ministra do Reino Unido, a conservadora Theresa May, chegou a um princípio de acordo com o Partido Democrático Unionista (DUP) da Irlanda do Norte para governar com o seu apoio pontual, anunciou neste sábado (10) um porta-voz de Downing Street, escritório oficial da chefe do Executivo. As informações são da Agência EFE.
Os unionistas norte-irlandeses e os conservadores pactuaram os “princípios de um projeto de acordo” para apoiar um governo de May quando o Parlamento reiniciar suas sessões na próxima semana, um documento que na segunda-feira será avaliado pelo gabinete da primeira-ministra.
“Damos as boas-vindas a este compromisso, que pode fornecer a todo o país a estabilidade e certeza que se requer enquanto entramos no Brexit [saída do Reino Unido da União Europeia] e além”, declarou o porta-voz de May. “Os detalhes serão postos sobre a mesa para dialogar e chegar a um acordo na reunião do gabinete da próxima segunda-feira (12)”.
Os dez deputados do DUP podem dar o respaldo que os conservadores necessitam no Parlamento, após terem obtido nas eleições da última quinta-feira (8) 318 cadeiras, oito abaixo da maioria absoluta.
O princípio de acordo com os protestantes norte-irlandeses sugere que a primeira-ministra descartou formar uma coalizão e tentará governar em minoria.
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Theresa May nomeou neste sábado Gavin Barwell, antigo secretário de Estado de Habitação, como novo chefe de gabinete de Downing Street, seu escritório oficial, após a renúncia dos dois assessores que ocupavam o cargo. Barwell, de 45 anos, perdeu sua cadeira parlamentar nas eleições gerais. As pressões internas levaram neste sábado os até então chefes de gabinete de May, Nick Timothy e Fiona Hill, a apresentarem sua renúncia.
Ambos tinham recebido críticas nas últimas horas pela elaboração do programa eleitoral e da campanha de May, bem como por sua forma de administrar a equipe de Downing Street.
Segundo a imprensa britânica, vários parlamentares tinham ameaçado a primeira-ministra com a abertura do processo para realizar eleições primárias se ela não forçasse a saída de Timothy e Hill, dois dos seus assessores mais próximos.
Barwell foi um dos membros do Partido Conservador que saiu hoje em defesa da primeira-ministra ao assegurar nesta manhã à emissora BBC que “há no partido uma vontade de se manter ao seu lado e apoiá-la”.
“Estou muito contente por Gavin Barwell ter aceitado ser o meu chefe de gabinete. Foi um secretário de Estado de primeira categoria e é amplamente respeitado”, disse May em um comunicado.(AB)