Projeto piloto promete tornar internet em Salvador mais barata e veloz
A equação internet = velocidade + baixo custo está mais perto do soteropolitano. A partir de julho, será implantada na capital baiana o projeto piloto OpenCDN, uma parceria do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br) e do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br) com a Associação Brasileira de Internet (Abranet) e a Universidade Federal da Bahia (Ufba) que promete um ganho até 10 vezes em relação ao custo no fornecimento de banda larga.
“A ideia é descentralizar o tráfego de internet e colocar o conteúdo mais perto dos provedores e usuários. É como se a internet ficasse mais rápida”, define o diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br, Milton Kaoru Kashiwakura.
O presidente da Abranet, Eduardo Parajo, ilustra o objetivo do projeto citando como exemplo as ligações interurbanas e locais. “Hoje, para a uma pessoa que está em Salvador acessar Facebook, ela precisa buscar a informação em São Paulo, com a OpenCDN ela vai acessar direto de Salvador. É como substituir uma ligação interurbana por uma local para acessar o mesmo conteúdo”.
OpenCDN é uma maneira alternativa de distribuir internet que trabalha com pequenos servidores agindo em parceria para oferecer um serviço de melhor qualidade e menor custo. A descentralização ainda contribui com o desenvolvimento regional da Internet.
Cerca de 10 pequenos servidores já manifestaram interesse em operar junto ao OpenCDN de Salvador. Entre elas, a JSX Telecom (AS52696), Play-IP Telecom (AS61648), PDN Telecom (AS262687), Linkvida Telecom (AS265028), e Viva Tecnologia Telecom (AS266413).
De acordo com Parajo, as empresas fornecedoras de internet que desejam se tornar parceiras do projeto precisam conectar com o ponto de distribuição, na Ufba e outras localidades da Região Metropolitana. Para isso, elas precisam contratar ou construir redes de fibra ótica.
CDNs
As CDNs (Content Delivery Networks), ou rede de distribuição de conteúdos, são centrais que distribuem as informações que circulam pelos computadores, celulares e tablets de todo o mundo. Grandes empresas como Google e Netflix, por exemplo, têm suas próprias redes.
O OpenCDN cria células de distribuição de conteúdo conectadas aos chamados Pontos de Troca de Tráfego Internet (PTTs), que são interconexões físicas entre dois ou mais provedores de Internet para troca de tráfego entre suas redes.
No Brasil, esses PPTs estão concentrados em São Paulo. Logo, um leitor do Correio que esteja em Salvador, ao clicar num link da versão online do jornal só acessará o conteúdo daquele link após o comando “viajar” até São Paulo e retornar à Bahia.
Google e Netflix confirmam presença
Algumas das principais plataformas fornecedoras de conteúdo da internet, como Google, Akamai e Netflix, já confirmaram presença na OpenCDN soteropolitana. “As pessoas que assistem séries, por exemplo, poderão fazer isso de forma mais eficiente, sem travar”, explicou Kashiwakura. O Facebook está em negociação para também instalar um ponto em Salvador.
Ainda de acordo com Kashiwakura, Salvador foi escolhida para sediar o projeto piloto porque possui vantagens como bom número de provedores conectados ao PPT e bom pico de trágefo. “O projeto será implementado aqui e de acordo com a evolução passará por aprimoramentos”, disse.
Quanto mais parceiro melhor
Para estreitar a distância entre os conteúdos disponíveis online e os usuários de Internet e, com isso, melhorar qualidade do acesso e reduzir os custos, é necessários que mais parceiros sejam atraídos.
“A atratividade de um PTT se dá pelo número de participantes, então queremos atrair as CDNs para que disponibilizem conteúdos e gerem atratividade para os pontos com menor número de participantes”, disse Kashiwakura.
Convenção debateu desenvolvimento regional da internet
Um evento realizado desde na última semana em Praia do Forte (BA) debateu o desenvolvimento regional da Internet no Brasil. Dentre as ações discutidas na 1a Convenção Abranet, foi destaque o OpenCDN, que prepara seu primeiro piloto na região metropolitana de Salvador.
“Atraímos provedores de todo o Brasil para debater o tema. A nossa ideia é trazer os conteúdos de maior acesso para os baianos acessarem os conteúdos com maior qualidade”, disse Eduardo Parajo.
O assunto foi abordado pelo diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br Milton Kaoru Kashiwakura, que tratou ainda do tema medição de qualidade na internet.
“Resultados prévios mostram que algumas redes estão usando as melhores práticas em termos operacionais, enquanto outras não, então vamos fazer recomendações relacionadas aos aspectos de qualidade e também de segurança”, disse o especialista.
O evento contou também com a presença de Provedores de Acesso, Conectividade e Serviços de Internet (ISPs) de diversas partes do país, que se reuniram com o objetivo de discutir os desafios do setor.
Dentre os palestrantes que compuseram a programação, estavam o economista Ricardo Amorim, o filósofo Luiz Felipe Pondé e o astronauta Marcos Pontes, que ganhou fama ao se tornar o primeiro brasileiro a fazer uma viagem espacia.
Campanha escolha nome do domínio para Salvador; BBMP e Cajacity estão entre sugestões
Os internautas podem indicar apelidos para domínios de sites sediados em Salvador. A campanha da NIC.br contempla capitais e municípios com mais de 500 mil habitantes. A ideia é que os nomes antecedam o “br” dos endereços virtuais.
De acordo com o diretor de Projetos Especiais e de Desenvolvimento do NIC.br, Milton Kaoru Kashiwakura, as corporações que adotarem o nome referente à cidade fortalecerão a relação com o município. O nome será escolhido quando houver um consenso entre 70% dos internautas.
As sugestões enviadas para a cidade de Salvador incluem SSA, Acarajé, Cajacity e BBMP. Para enviar a sua sugestão, basta preencher o formulário disponível no sítio da iniciativa do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR (NIC.br), entidade responsável pelo registro de domínios sob o .br.
“A nossa finalidade com esta chamada de sugestões é proporcionar um número maior de opções para o registro do ‘.br’, levando em conta a vontade de identificação do usuário com a sua cidade natal ou adotiva”, ressalta Demi Getschko, diretor presidente do NIC.br. Hoje, são 3,9 milhões de domínios “.br”.
Cabeamento é motivo de polêmica entre provedores de internet e Coelba
Os provedores de internet da Bahia se envolveram em uma polêmica com a Coelba por conta do cabeamento nos postes. No último dia 7, representante da Associação dos Provedores de Internet do Brasil (APIEB) se reuniram com representantes da companhia de fornecimento de energia elétrica para discutir a situação dos cabos instalados irregularmente.
De acordo com a APIEB, a Coelba apresentou todos os riscos que existem diante de tal situação, tais como: acidentes com funcionários, riscos à população, uso irregular de energia elétrica, risco estrutural nos postes, poluição visual, dentre outros; além da responsabilidade da companhia dada pela Resolução Conjunta ANEEL ANATEL e ANP.
Em nota publicada nas redes sociais, a APIEB reconheceu a necessidade emergencial de regularização dos provedores, apresentando a apreensão do segmento quanto a uma ação imediata de fiscalização, que representaria prejuízos tanto para os provedores quanto para as localidades onde atuam, tendo em vista a geração de empregos, renda, inclusão digital, dentre outros.
(Correio)