Sessão especial celebra os 50 anos do Teatro Castro Alves
Berço da arte e cultura da Bahia, o Teatro Castro Alves há 50 anos emociona quem contempla os espetáculos apresentados em cada um dos espaços do complexo cultural que ele abriga. E não foi diferente na noite desta quarta-feira, dia 24, quando a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), inovou mais uma vez com a realização da sessão especial em homenagem aos 50 anos do TCA, realizada no palco principal do Teatro.Proposta pela deputada Fabíola Mansur (PSB), a solenidade contou com a presença do secretário estadual de Cultura, Jorge Portugal, do presidente da Alba, Angelo Coronel (PSD), do líder da maioria, deputado Zé Neto (PT), da deputada Maria del Carmen (PT), além da diretora da Fundação Cultural da Bahia (Funceb), Fernanda Tourinho e do diretor do TCA, Moacyr Gramacho. “Como diz Milton Nascimento, – se o artista vai onde o povo está – a Casa Legislativa também deve ir”, assim definiu a deputada Fabiola Mansur. A parlamentar salientou a necessidade da aproximação do parlamento e a população. “Estamos aqui neste solo sagrado da cultura baiana, prestigiando extraordinariamente, essa sessão autorizada pelo presidente dos novos tempos, das novas atitudes. A Alba faz história mais uma vez, comprovando que política e arte precisam andar de mãos dadas”, declarou. Em seu discurso, Fabíola solicitou o aumento para 1,5% do orçamento estadual para a Cultura.O presidente Coronel fez questão de parabenizar a deputada Fabiola Mansur pela iniciativa e exaltou a importância da solenidade. “O TCA é a residência da cultura da Bahia e nada como esta sessão especial na celebração dos seus 50 anos”, enalteceu.O líder do Legislativo baiano fez um balanço das ações dos 100 primeiros dias do seu mandato, salientando as ações que beneficiam diretamente a sociedade. “Esse é o novo tempo e as novas atitudes da Mesa Diretora da Alba, pois precisamos fazer com que o Legislativo execute o que diz a voz das ruas. Eu quero resgatar a política da Bahia e nada como a cultura, a arte e a união do povo ao Legislativo”, finalizou.
A Orquestra Sinfônica da Bahia ao lado do Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojibá) executaram os hinos Nacional e da Bahia.“Essa iniciativa representa o reconhecimento da importância desse equipamento tão significativo para a cultura baiana, que inclusive tem tido uma atenção qualificada do governo do estado”, disse o deputado Zé Neto. Houve manifestação do público com palavras de ordem pedindo Diretas Já, diante da situação política pela qual passa o país. O secretário Jorge Portugal ao tomar a palavra disse: “Não apenas Brasília, mas todo Brasil é do povo. E temos de tomar as rédeas do nosso país”. Ele ainda anunciou a segunda etapa da requalificação do Teatro, que contará com a inauguração da sala do coro e a volta do ‘Sua Nota é um Show’. Já o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) apresentou seu mais novo espetáculo Lub Dub, criado pelo dançarino, coreógrafo, compositor e ex-rapper sul-coreano Jae Duk Kim, diretor da Modern Table Dance Company, com sede em Seul.Com 10 bailarinos no palco, Lub Dub utiliza a percussão como motivação sonora. A coreografia alterna movimentos de tração e estremecimento, intercalando cenas dinâmicas e estados de relaxamento, mantendo as características peculiares do coreógrafo e sempre em estreita relação com a trilha sonora.“Essa energia que une palco e público, é o que faz esse equipamento vivo, esse complexo cultural funcionar”, disse Moacyr Gramacho.
Ao contar sua história com o Teatro Castro Alves, Fernanda Tourinho, afirmou que “a Alba demonstra um reconhecimento muito grande pela arte e cultura da Bahia e isso é um ótimo indicador para nós que trabalhamos com políticas públicas”.O público que praticamente lotou a sala principal do TCA teve direito ingressos gratuitos, entregues nas bilheterias do teatro desde o dia 18.
“Eu amei, o TCA faz parte da vida e da cultura do povo baiano”, declarou a comerciante Joana Afonso.Mateus Pereira, percussionista e cantor, também explicou o que sente ao assistir uma apresentação no Castro Alves. “Esse lugar é um santuário da arte baiana e brasileira”, descreveu.
O TCA
O Teatro Castro Alves foi inaugurado em março de 1967 pelo então governador do Estado, Lomanto Júnior e com a presença de diversas personalidades do cenário artístico-cultural brasileiro. A cerimônia de inauguração contou com um recital de poesias, alusivo aos 120 anos de nascimento do poeta baiano que empresta o nome ao equipamento, Castro Alves, o Poeta dos Escravos. Dois incêndios marcaram a história do TCA. O primeiro, cinco dias antes da que deveria ter sido a primeira inauguração, em julho de 1958, destruiu o prédio completamente. O segundo ocorreu em 1989. O TCA então, passou por completa reforma em 1991 e em março de 1993 foi reinaugurado com a inesquecível apresentação no palco da Sala Principal, dos baianos Maria Bethânia, Gal Costa e João Gilberto.Considerado o maior complexo cultural da Bahia e do Nordeste, o TCA possui oito espaços que abrigam três projetos permanentes: A Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), o Balé do Teatro Castro Alves (BTCA) e os Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojibá), além de iniciativas paralelas como o Domingo no TCA e o Conversas Plugadas.
O TCA promove ainda outra gama de atividades de linguagem artística variada, a exemplo de oficinas, bate-papos, exposições e lançamento de livros, além de apoiar grupos de teatro e dança.
O complexo do Castro Alves passa por um processo de requalificação e ampliação, com investimentos do Governo do Estado da ordem de R$ 80 milhões, além de um aporte de R$ 10 milhões do Ministério da Cultura (Minc). A primeira etapa do Novo TCA foi entregue em maio de 2016, com a reforma completa da Concha Acústica.