Mortes provocadas pelo tabaco devem aumentar para 8 milhões em 2030
O estudo defende que políticas antitabagismo, como taxação e aumento do preço do cigarro, podem gerar “economia significante” para os governos em saúde e produtividade. Segundo os especialistas, o tabaco é a maior causa evitável de morte no mundo, sendo responsável pelos casos de câncer e doenças do coração.
Segundo o estudo, o tabagismo custa à economia global mais de US$ 1 trilhao por ano, em gastos com saúde e perda de produtividade. O custo estimado supera amplamente as receitas globais com os impostos sobre o fumo que, segundo a OMS, foram de cerca de U$ 269 bilhões em 2013 e 2014.
Atualmente, 6 milhões de pessoas morrem por ano no mundo em função do cigarro. Hoje, 1,1 bilhão de pessoas com mais de 15 anos são fumantes e 226 milhões vivem em situação de pobreza.
“A indústria do tabaco produz e vende produtos que matam milhões de pessoas prematuramente, retira recursos das famílias que poderiam ser usados para comida e educação e impõe um imenso custo de saúde às famílias, comunidades e países”, disse Oleg Chestnov, diretor da OMS.
O relatório divulgado nesta terça-feira cita um estudo de 2016 que, se os países criassem taxas para aumentar em US$ 0,80 o preço do maço do cigarro, a receita com a venda poderia aumentar em 47%, cerca de US$ 140 bilhões. O aumento poderia levar a uma diminuição de 9% dos fumantes no mundo – cerca de 66 milhões de pessoas.
O técnico de publicação Glaucio de Souza, de 58 anos, parou de fumar há seis meses depois de mais de 42 anos. Ele contou que estava cansado de se sentir excluído toda vez que precisava se afastar de amigos e familiares para fumar. “A sociedade não aceita mais o fumante, eu sentia que incomodava as pessoas só de me aproximar delas e estar cheirando a cigarro”, disse.
(Estadão)