Morte de Teori: caso encerrado
Oficialmente, nem tão cedo ficará pronto o relatório oficial sobre as causas da queda do jatinho que causou a morte do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, e de mais quatro pessoas.
Mas entre os peritos militares que investigam o que aconteceu não existe por ora nenhuma dúvida: a total desorientação do piloto, devido à quase nenhuma visibilidade, provocou o acidente.
No aeroporto de Paraty, cuja pista jamais foi homologada pela Aeronáutica para pousos e decolagens, a visibilidade, na ocasião, era de no máximo 150 pés ou 50 metros.
Isso equivale à metade do tamanho do mastro que na Praça dos Três Poderes, em Brasília, sustenta a gigantesca bandeira brasileira permanentemente hasteada ali.
Em momento algum, levando-se em conta os registros da caixa preta do avião, o piloto percebeu que estava caindo. À última fala dele, sucede-se um longo silêncio e o barulho do choque do avião com o mar.
A profundidade do mar na área da queda é pequena. Ao se chocar com o mar, uma das asas do avião bateu no fundo raso, e foi por isso que ele capotou. A outra asa ficou quase intacta.
Uma observação corrente entre autoridades da Aeronáutica ensina: “Cuidado com os pilotos inexperientes e com os muito experientes”. Com esses porque sua autoconfiança, muitas vezes, pode ser fatal.
O piloto do jatinho de Teori era, talvez, o mais experiente a voar na rota São Paulo-Paraty. Dava palestras sobre o perigo de voar para Paraty, onde as condições do aeroporto são péssimas e o tempo quase sempre é ruim.
Em tais condições, o ideal seria que houvesse à bordo um copiloto. Os procedimentos de aterrisagem poderiam ter sido mais bem divididos entre eles. Enquanto um olhasse para fora, o outro monitoraria os computadores.
Quando há baixa visibilidade e voa-se sobre água ou neve, o chão e as nuvens se confundem. Foi o que aconteceu. O jatinho estava mais baixo do que o piloto imaginava. Ao fazer uma curva, a asa tocou na água e ele caiu. (Blog do Noblat)