Chapa de Paulo Carneiro confirma candidatura às eleições rubro-negras
A quarta chapa na eleição de 10 de dezembro no Vitória confirma para quarta-feira, 16, o lançamento oficial de sua candidatura. O grupo, intitulado ‘Vitória Gigante’, tem como principal nome Paulo Carneiro, presidente do clube de 1991 a 2005 e diretor de futebol de 1988 a 1991.
Em assembleia, os sócios do clube há pelo menos 18 meses vão escolher o novo Conselho Deliberativo, a ser formado por 200 membros efetivos e 70 suplentes. O pleito praticamente definirá o futuro mandatário rubro-negro. Isso porque o Conselho eleito será empossado imediatamente e terá 48 horas para convocar a eleição para a presidência do clube, que será realizada dentro do órgão. O mandato de Raimundo Viana, que não confirma, mas deve ser pré-candidato à reeleição, termina no fim do ano. O prazo de inscrição de chapas vai até 20 de novembro.
Outros três grupos concorrentes já estão confirmados há mais de uma semana. São: ‘Vitória Cada Vez Mais Forte’, ligado à situação e cujos candidatos são Pedro Godinho (presidência do Conselho) e Djalma Abreu (vice-presidência); ‘Vitória de Todos Nós’, formado principalmente por dissidentes da situação e que tem como candidatos Christóvão Rios (presidência do Conselho), Nilton Almeida (vice-presidência) e Ricardo David (pré-candidato à presidente do clube); ‘Vitória do Torcedor’, também oposição e cujos candidatos são Paulo Chatarino (presidência do Conselho), Robinson Almeida (vice-presidência) e Ivã de Almeida (pré-candidato à presidente do clube).
Nova chapa
Já o ‘Vitória Gigante’ terá como candidato à presidência do Conselho Walter Seijo, engenheiro civil e vice-presidente administrativo do Leão na gestão de Paulo Carneiro. À vice-presidência, a tendência é que seja a dentista Larissa Dantas. A chapa será confirmada na quarta.
“Quero que o torcedor saiba que quem está à frente do grupo sou eu. Nossa gestão terá dois pilares: um é a eleição direta, que vamos implantar assim que vencermos a eleição. O outro é promover uma revolução no futebol do clube. Vou assumir como gestor de futebol. Hoje, o clube não tem política nenhuma na área. Contrata-se jogadores, eles não prestam, aí se manda embora”, disse Paulo Carneiro, que deixou o Conselho Deliberativo rubro-negro ao ser expulso em 2011. Em processo na Justiça, tenta reverter o quadro.
“Falcão (presidente de dezembro de 2013 a março de 2015), que comanda a chapa de Ricardo David, deixou um déficit de mais de R$ 10 milhões porque contratava jogadores a peso de ouro e depois tinha que mandar embora. Falta ao Vitória políticas que independam de quem o dirija. Por que, muitas vezes, mudam-se as pessoas e o trabalho que vinha em desenvolvimento vai por água abaixo”, emenda.
Para alcançar o sucesso no departamento de futebol do Leão, Paulo Carneiro diz que seu plano é aumentar a integração entre a divisão de base e o profissional. “Depois que eu saí, há 11 anos, o Vitória teve 20 executivos de futebol. Minha gestão só teve um. A diferença está na integração do projeto, que tem que ser feito com uma total integração entre a base e o profissional. É isso que evita o gestor se desligar tão rapidamente do clube e faz o trabalho ser desenvolvido a longo prazo”.
Mini-entrevista com Paulo Carneiro
Quando você esteve à frente do Vitória, não implantou a eleição direta. Por quê?
É uma pergunta que muitas pessoas têm me feito, mas talvez porque não conheçam a história do Vitória. Quando eu assumi o clube, nossa torcida era 11% do estado. Não era nem um terço da do Bahia. Quando deixei o clube, já havia praticamente um empate técnico. A diferença entre as duas torcidas era de 2%. Então, se eu tentasse implementar a eleição direta na época, não haveria nem público. Tudo tem seu tempo. Era preciso primeiro popularizar o Vitória. Lembre que o primeiro programa de sócio-torcedor quem fez fui eu: o Vitória Mania, em 1997
Como pretende mexer na base do Vitória?
Precisamos integrar o departamento profissional com o de base e recriar o projeto de internacionalização do Vitória. Vamos refazer um calendário internacional para o time e criar escolinhas no exterior para invadir mercados emergentes, como Índia e China. É inadmissível que o Vitória só tenha revelado um jogador com valor de mercado nos últimos 10 anos, que foi Gabriel Paulista.
Você reclama que as gestões posteriores deixaram déficit. Sua gestão não deixou?
As gestões que me sucederam têm dezenas de processos trabalhistas. Em 17 anos no Vitória, tive oito. Não deixo dívida com jogadores. Eles receberam o que tinham direito.(A Tarde)