Estudo sugere que febre chikungunya pode causar problemas vasculares
Um estudo conduzido pela Universidade Federal do Pernambuco aponta que a febre chikungunya pode causar complicações vasculares. O projeto, idealizado por profissionais do Serviço de Cirurgia Vascular do Hospital das Clínicas, tem o objetivo de expandir os conhecimentos sobre as complicações causadas por alterações agudas da doença. A pesquisa ainda está em andamento, sendo realizada em parceria com os serviços de Medicina Nuclear, Radiologia, Cardiologia e Cirurgia Vascular da unidade.
O objetivo principal do estudo é avaliar a presença de alterações linfáticas nos edemas de membros inferiores de pacientes que tiveram a fase aguda ou subaguda da febre chikungunya, o que pode comprovar ou não a relação dessas alterações vasculares com a doença.
Para isso, a pesquisa realizou uma série de análises clínicas e exames com pacientes portadores de edema lateral ou bilateral atendidos pelo Ambulatório de Cirurgia Vascular do HC que foram acometidos pela doença transmitida pelo mosquito Aedes Aegypti. Até agora, 61,6% dos casos avaliados apresentaram características de acometimento da circulação linfática, porém mais estudos ainda são necessários para uma melhor compreensão das alterações patológicas linfáticas analisadas durante a chikungunya.
De acordo com a pesquisadora à frente do estudo, a cirurgiã vascular Catarina Almeida, ainda não há dados na literatura que comprovem a relação entre a chikungunya e doenças das veias ou vasos linfáticos, sendo essa pesquisa uma das pioneiras na abordagem do assunto. “Estamos agora iniciando a segunda fase do estudo, na qual realizaremos novamente o exame de linfocintigrafia, que é um procedimento necessário para a análise do sistema linfático dos pacientes. Dessa forma, será possível avaliar a persistência das alterações vasculares já detectadas na primeira fase”, explicou.
Crescimento no Nordeste
Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, até junho de 2016, foram confirmados 15.053 casos da febre chikungunya em todo o País, sendo a maior concentração nos estados do Nordeste.
A região também é campeã nos casos de zika vírus, que também é transmitida pelo Aedes Aegypti. Só a Bahia registrou 46.427 casos da doença, que causou quatro mortes em todo o País desde o ano passado. Já a febre chikungunya causou 17 mortes em todo o Brasil.
Fonte: iG