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Médico cria jogo para ajudar colegas a diagnosticar e tratar diabetes

Um médico endocrinologista de Londrina, no norte do Paraná, desenvolveu um jogo de computador para auxiliar outros profissionais da medicina a realizar o diagnóstico de diabetes. O objetivo de Leandro Arthur Diehl é ajudar médicos que não tenham a mesma especialização que ele, algo comum em pequenas cidades, onde clínicos gerais são responsáveis por atender todos os tipos de casos.
“O diabetes hoje é uma epidemia em todo o mundo, e muitos pacientes têm seu tratamento realizado por um especialista que não é especialista em endocrinologia ou em diabetes. E, muitas vezes, esses médicos têm dificuldades com tratamento de diabetes, principalmente com o uso de insulina”, diz Diehl.
O jogo é resultado de uma pesquisa de doutorado que levou cinco anos para ficar pronta. Diehl percebeu durante o trabalho que muitas pessoas sentiam dificuldade para prescrever os medicamentes.
No enredo, que se passa em uma unidade de saúde, o personagem de um médico é apresentado a vários casos de pacientes diabéticos. A cada queixa, o médico que está jogando é apresentado a uma série de respostas-padrão, que deveria dar ao paciente virtual. Se acertar, o tratamento seguirá bem, mas se houver erro o paciente reclama.
O desenvolvimento do jogo contou com a presença de 184 médicos, que atendem em unidades básicas de saúde no Paraná e em Santa Catarina. Eles foram divididos em dois grupos. O primeiro participou de um treinamento sobre o uso e prescrição da insulina. O outro grupo, apenas “brincou” com o jogo. Ambos foram submetidos a testes posteriores, com perguntas sobre o que haviam aprendido. A diferença, segundo Diehl, foi gritante.
“O conteúdo, que a gente considerava como sendo básico, indispensável para que esse médico conseguisse usar a insulina adequadamente para o tratamento do diabetes, eles acertaram só 52% e, após o uso do jogo, esse conhecimento subiu para 92% de acerto, então mostrando que eles se mostraram bastante aptos a prescrever e usar a insulina adequadamente”, conta.
Desenvolvimento
Apesar de entender sobre a medicina e os tratamentos do diabetes, Diehl precisou de ajuda para criar o jogo de fato. Rodrigo Martins de Souza participou diretamente do desenvolvimento do aplicativo. “Foi um trabalho de longo prazo, que teve desde a participação de médicos, game designers, elaboração de roteiros – existe uma estrutura de personagens – trazendo toda uma característica narrativa para o produto, ao que ele se propõe”, explica.
Para Diehl, a criação do jogo pode baratear os custos e melhorar o treinamento dos médicos. “Todo o sistema acaba se beneficiando também, por um melhor controle dos pacientes diabéticos em geral e, provavelmente, menos encaminhamento para especialistas e menor custo e maior eficiência também”, acredita.
Uma versão de testes do jogo estará disponível na internet até o fim deste mês. Os usuários poderão baixar o aplicativo gratuitamente nos primeiros dias de testes.
(G1)

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