Os caminhos de ACM Neto para 2016
O prefeito ACM Neto está a um ano e meio do fim do seu primeiro mandato, mas já começa a intensificar as conversas de olho no partido político que o abrigará na próxima disputa eleitoral, em 2016. Favorito, sobretudo, pela gestão eficiente que tem conseguido imprimir na capital baiana, o prefeito analisa o melhor cenário partidário para a eleição que se avizinha. Após o naufrágio da fusão entre o DEM e o PTB, o habilidoso neto do ex-senador Antonio Carlos Magalhães passou a ter três alternativas à sua disposição para o próximo pleito. Continuar no Democratas, migrar para o PMDB ou ir para o PSB, que deve se fundir com o PPS, formando uma sigla de maior envergadura nacional.
Mas vamos analisar os prós e contras de cada uma das possibilidades do prefeito soteropolitano. A primeira delas é continuar no DEM, partido que ele já controla na Bahia. Além de ser a principal estrela da sigla, detém a prerrogativa de encabeçar futuramente um projeto nacional de poder. Como filiado, tem uma legião de seguidores e uma ideologia clara, além de ser a agremiação que mais lhe dá conforto para a próxima eleição. Já entre os pontos negativos estão o fato de ter pouco tempo de propaganda no rádio e na TV, não ter penetração nos governos do estado e federal (do PT), além da dificuldade de aproximação com o eleitor da presidente Dilma.
Analisando os prós do PMDB, o prefeito teria um partido musculoso, com densidade eleitoral, que está dentro do governo Dilma através de vários ministérios e do próprio vice-presidente Michel Temer. O ninho peemedebista seria prejudicial ao prefeito por proporcionar a perda da clareza ideológica que sempre o acompanhou, sobretudo, com o seu eleitorado. Pra piorar tudo, ACM Neto estaria longe do controle da sigla, que na Bahia é liderada pelos irmãos Lucio e Geddel Vieira Lima (fato que trava a entrada dele no PMDB).
Para o PSB, o prefeito teria a resistência de parte do partido, principalmente a ala que está no entorno dos governos do PT. O então candidato a vice de Marina Silva, Beto Albuquerque, é um dos principais incentivadores do movimento pró-Neto, direção que segue a ala majoritária da sigla, sobretudo, a que era ligada ao ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O movimento é tão intenso, inclusive de fusão com o PPS, que os socialistas buscam uma forma de conter a resistência da ala ligada aos petistas, leia-se, a senadora baiana Lídice da Mata e Cia. Informações chegadas à Tribuna dão conta que parte do partido no território baiano acompanharia o movimento em curso. O problema é que o PT e seus fiéis aliados fazem de tudo para melar a fusão com o histórico PPS, que aceita de bom grado a junção das legendas, inclusive, o seu presidente Roberto Freire. Agora, caso ACM Neto vá para o PSB, ele não faria gestão para afastar Lídice, fato que aconteceria naturalmente com ela e nomes tradicionais como Domingos Leonelli e outros históricos socialistas.
Mas então, o que vai pesar na definição do prefeito? Um aliado, da cozinha de ACM Neto, dá a resposta: “Boas conversas, meu caro.
Está tudo sendo analisado”. Ate porque, disse, “ele está observando os cenários a curto, médio e longo prazo, já que ele não é um político que possa estar mudando de partido todo dia”. O mais imediato, informou, é o pleito de 2016, já que o DEM pode continuar nas mãos dos caciques Paulo Souto e José Carlos Aleluia. A ideia é buscar uma nova morada que agregue tempo e força para a sua reeleição. A médio prazo, o foco é a disputa ao governo em 2018. A longo prazo…um cenário para a sucessão presidencial. O sonho é esse, resta saber como será construído. Até porque, como dizia o próprio ACM, governador e presidente é destino, não é projeto. No entanto, cabe agora esperar o que o tempo e o universo reservarão para o atual prefeito da capital baiana. A conferir. (TB)
Por Osvaldo Lyra