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Diretor do BC reforça expectativa de novas altas nos juros

A entrevista do diretor Luiz Pereira reforçou a interpretação do mercado de que o BC vai continuar subindo os juros. O esforço é para limitar o impacto inflacionário de 2015 para que não atrapalhe o ano que vem. A discussão no mercado é se os juros estão altos demais, reduzindo muito o ritmo de crescimento.
Os juros altos são um remédio para o problema. Eles combatem a inflação elevada, mas trazem efeitos colaterais. Pensando nas consequências do tratamento, alguns economistas acreditam que a dosagem está excessiva, e discutem se o ciclo deveria ser encerrado.
O Banco Central, porém, precisa recuperar sua credibilidade. No primeiro mandato da presidente Dilma, em nenhum momento, a inflação ficou no centro da meta de 4,5%. O BC chegou a comemorar o fato de o IPCA terminar um ano pouco abaixo de 6,5%, que é o teto do índice. Aquele comportamento cobra o preço agora.
Há uma tarefa hercúlea a ser feita. No RI, as projeções do próprio BC para o ano pioraram. A expectativa agora é de inflação de 9%. Caso se confirme, o IPCA precisaria recuar cinco pontos no ano que vem. É muito. O trabalho fica mais difícil porque a inflação alta provoca uma inércia. O empresário vê os custos subindo, e repassa para os preços.
O RI ainda projeta que, em 2016, a inflação ficará em 4,8%. Para chegar à meta (4,5%), acredita o mercado, o BC vai aumentar mais os juros. Para a atividade, a expectativa agora é de retração de 1,1% neste ano (era -0,5% há três meses).
O Relatório de Inflação faz parte do pacote da política de metas de inflação. Há um ritual. A meta é definida, o Comitê de Política Monetária se reúne a cada 45 dias para decidir a taxa de juros, e de três em três meses o BC divulga o RI. O documento tem mais de 100 páginas, com análises sobre a conjuntura brasileira e internacional, e análise de indicadores e de projeções do setor privado.(Blog da Míriam Leitão)

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