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Anvisa aguarda publicação de estudo da OMS sobre potencial cancerígeno de agrotóxicos

A Agência Nacional de Vigilência Sanitária (Anvisa) anunciou nesta quarta-feira (8/4) que aguarda a publicação da classificação dada pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (Iarc) sobre o potencial cancerígeno de cinco agrotóxicos para estudar a classificação das substâncias no Brasil. No final de março, a revista britânica The Lancet publicou um artigo que comentava um estudo feito pela Iarc, órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), sobre a carcinogenicidade da tetraclorvinfó, da parationa, malationa, diazinona e do glifosato.
De acordo com a agência brasileira, é necessário aguardar a publicação da monografia de cada ingrediente ativo dessas substâncias. Assim, os detalhes da avaliação dos estudos, bem como e os resultados obtidos para classificação adotada, poderão ser estudados e, então, utilizados na reavaliação desses agrotóxicos.
Em relação à classificação dada ao glifosato, amplamente utilizado na agricultura comercial brasileira, a Anvisa afirmou que dará imediata continuidade à análise deste ingrediente ativo. No Brasil, a Lei n° 7.802, de 11 de julho de 1989, e o Decreto n° 4.074, de 4 de janeiro de 2002, determinam a proibição de agrotóxicos com características carcinogênicas.
Procurada, a Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef) disse que, por uma questão estatutária, não comenta sobre os produtos.  No comunicado, a Anvisa esclarece a situação no Brasil e no exterior de cada uma das substâncias citadas pela OMS. Confira:
Glifosato 
O glifosato, que também foi classificado como provável carcinógeno em humanos pela Iarc, é um herbicida de largo espectro e que possui os maiores volumes de produção dentre todos os herbicidas.
O agrotóxico é usado na agricultura, na silvicultura, em áreas urbanas e domésticas. Seu uso tem aumentado consideravelmente com o desenvolvimento de variedades de culturas geneticamente modificadas.
Tetraclorvinfós 
O tetraclorvinfós foi classificado como possível carcinógeno para humanos. Não há registro de agrotóxicos no Brasil à base dessa substância, mas é utilizada em produtos veterinários.
Parationa 
A classificação da parationa foi como possível carcinógeno para humanos.
O agrotóxico possui duas formas: a parationa metílica e a parationa etílica. No Brasil não há registro de produtos à base de parationa etílica. Já a parationa metílica teve proposta de banimento pautada para a reunião da Diretoria Colegiada da Anvisa. Mas antes da reunião, o procedimento de reavaliação foi suspenso por decisão judicial (Mandado de Segurança nº 1000959-80.2014.4.01.3400, da 16ª Vara Federal – SJDF).
O uso da parationa metílica já não é mais autorizado na grande maioria dos países.
Malationa 
A malationa foi classificada pela agência da OMS como provável carcinógeno em humanos. O agrotóxico, utilizado na agricultura, em programas de saúde pública e nas residências para o controle de insetos, continua a ser produzida em volumes substanciais em todo o mundo.
Diazinona 
A diazinona foi classificada pela Iarc como provável carcinógeno em humanos. O produto tem aplicações na agricultura, no controle de insetos domésticos e em jardinagem e também em produtos veterinários. Nos Estados Unidos tem seu com restrições de uso e aplicação. A substância foi banida na União Europeia.
(GR)

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