Professores da rede municipal vão parar na próxima semana

“Nós lamentamos ter que tomar esta medida radical, mas foi necessário. O legislativo municipal não nos deu alternativa, a não ser pressionar para que o projeto saia do papel. Nossa pressa é para que o plano entre em vigor já no início de 2015”, justificou a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia – a APLB-Sindicato –, Elza Mello.
Na tarde da última quarta-feira, 19, o plano foi uma das pautas de ordem do dia que deixou de ser votada por falta de quórum, na Câmara Municipal de Salvador (CMS). De acordo com a diretora da APLB-Sindicato, o adiamento mostrou-se uma “grande frustração”, para a categoria, visto que a ausência dos edis veio logo após articulação com a bancada governista de fazer uma força-tarefa e agilizar a discussão sobre o projeto.
“Durante um mês inteiro estivemos dialogando com o Legislativo municipal, passando de gabinete em gabinete, e participando de uma reunião com o presidente da Casa, Paulo Câmara, que também contou com a Comissão de Educação, e com a ouvidora-geral da CMS, a vereadora Aladilce Souza. Eles se comprometeram em desobstruir a pauta para que ela entre em discussão”, relatou a Elza, ao acrescentar que existem nove projetos de lei na frente do plano de carreira dos docentes.
PLANO DE CARREIRA
A pressa dos educadores é motivada pelo caminho a ser percorrido pelo projeto até que este finalmente passe a ter validade para a categoria. A pauta deve ser primeiramente discutida pelos vereadores para depois ser votada. Caso aprovada, a medida vai ao poder Executivo, onde deve ser sancionada pelo prefeito, e posteriormente publicada no Diário Oficial do Município. No entanto, após a publicação, leva-se 180 dias para que o plano seja regularizado.
Aproximadamente nove mil professores e coordenadores de educação devem ser beneficiados com o novo plano de carreira dos professores municipais. Entre os pontos mais importantes, está a criação o cargo de assistente técnico escolar; a reserva de 1/3 da jornada de trabalho dedicada à capacitação, e especialização do professor e do coordenador; além de uma gratificação correspondente a 30% do salário para o educador que trabalha em unidades socioeducativas.
Em nota, a Prefeitura de Salvador afirma que “o Plano de Cargos, Carreiras e Vencimentos (PCCV) foi encaminhado à Câmara de Vereadores de Salvador (CMS) no final de outubro, após intensas negociações envolvendo as Secretarias Municipais de Gestão e Educação e o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB)”.
O Município ainda explica que “durante meses, a Mesa Permanente discutiu o novo PCCV que irá contemplar mais de nove mil profissionais da educação. Diante disto, o secretario municipal de Educação, Jorge Khoury, acredita que tanto a APLB quanto os profissionais da Educação reconhecem o esforço da gestão com o pleito. Ele também acredita que a Câmara entende a prioridade da pauta do PCCV”.(TB)