Administrada assim, Petrobras não tem previsibilidade de receitas
O preço do barril de petróleo caiu tanto que reverteu o desequilíbrio da Petrobras, que durante quatro anos importou gasolina com um preço mais alto do que vendia aqui. Justamente agora, o preço do combustível será reajustado.
Na reunião do Conselho de Administração da Petrobras, na terça-feira, o aumento foi autorizado mas a data não foi divulgada. A estratégia do governo, que administra a inflação com o preço do combustível, é esperar o melhor momento para reajustar sem condenar o IPCA a terminar o ano acima do teto da meta.
Administrada dessa forma, a Petrobras não consegue ter previsibilidade de preços no produto que lhe dá mais receita.
Evidentemente que na reunião de 9 horas do Conselho também foram discutidos outros lados da enorme crise em que a Petrobras está. O balanço da empresa está embargado pela auditoria, que não quis liberar o documento enquanto Sérgio Machado, presidente da Transpetro acusado de desvio de recursos, continuasse na empresa. Pelas regras dos EUA, onde a ação da Petrobras também é negociada, um executivo nessa situação não pode assinar o balanço.
O segundo encontro do Conselho terminou sem as divulgações esperadas, do reajuste da gasolina e do balanço.
O ouvinte de Curitiba, o Rogério, conta que por lá o preço da gasolina já subiu de R$ 2,7 para R$ 3,1. Os postos estão comprovando, por meios tortos, o que disse a presidente da Petrobras depois do encontro do Conselho: reajuste não se anuncia, pratica-se.
Por Míriam Leitão