Um passo atrás na história
Ainda que respeite o direito da Senadora Lídice da Mata de escolher lados e posições, que, dias atrás, se portava como crítica feroz da gestão petista, vale tecer algumas considerações a cerca do que se expõe em carta aberta dirigida à população baiana pela ex-prefeita.
Em primeiro plano, vale ressaltar que, os avanços conseguidos pelo Brasil nos últimos vinte anos, devem-se principalmente a coragem de inovar e enfrentar desafios demonstrados pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, ainda que, aprimorados e mantidos, através de compromisso feito pelo ex-presidente Lula quando da sua primeira eleição. Ressaltando ainda que, a manutenção do viés econômico criado e implementado pelo PSDB, foi condição importante para que o PT chegasse ao poder.
Sobre a história do PSB, é inegável sua representatividade e valores agregados a história política nacional. Todos os nomes citados a exaustão pela missivista foram, há seu tempo, percussores de idéias modernas e libertadoras.
No que tange a escolha do PSB Nacional em apoiar a candidatura do Senador Aécio Neves à Presidência da Republica, acredito que a ela devemos aplicar o mesmo direito que hoje manifestam pela Senadora Lídice da Mata. A senadora usa de suas prerrogativas para apoiar a quem combateu e apontou falhas que desqualificam a administração e deixava clara a necessidade de mudança. Ou não foi assim durante a campanha eleitoral?
Até ontem, a então candidata Lídice da Mata, acenava como mudança e com a necessidade de retirar o governo que ai está. É estranho que esta vontade de mudança tenha fenecido tão rapidamente.
Por seu turno, o PSB Nacional segue fiel ao discurso que agregou: Mudança e alternância de poder.
Ao incorporar a campanha do senador Aécio Neves, o PSB não deixa de lado sua história. Ao contrário, demonstra que esta colaborando com a possibilidade de alternância em um país que vem sendo vítima de tantos e tantos episódios tristes e vergonhosos. Hoje, sabermos que o PSB Nacional é um partido maduro que soube apresentar suas pautas a fim de beneficiar o povo brasileiro. Discutir pontos que podem ser comuns e não, de forma paroquial, abraçar-se a pontos divergentes.
Na esfera estadual, era esperado que PSB também pudesse ter uma postura diferente, voltada para a renovação, alternância de poder e quebra de um círculo de incompetência administrativa apontada de forma tão aguda durante ao período eleitoral pela nobre senadora. É triste perceber que, tudo aquilo, não passou de, aparentemente, casuísmo político.
Por Jorge Andrade