Crise hospitalar na Bahia deve-se a omissão do Estado, afirma Hilton Coelho
O vereador Hilton Coelho (PSOL) afirmou que o Estado tem sido omisso diante da saúde pública e criticou a privatização daquilo que deveria ser obrigação governamental. “O direito à saúde se insere na órbita dos direitos sociais constitucionalmente garantidos. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução dos riscos de doença e de outros agravos e o acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. Esse preceito constitucional não se cumpre na Bahia e as crises nos hospitais Espanhol e Alayde Costa são exemplos disso”, denuncia.
Ele sustenta que a saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício. “O que vemos aqui é uma vergonha e exige explicações. O Hospital Espanhol, em crise crônica, recebeu do governo estadual cerca de R$ 160 milhões para ajudar na recuperação. Dinheiro público em um investimento privado e caro. Qual trabalhador, no auge do Espanhol, conseguia ser atendido lá? Colocaram lá recursos públicos, o hospital não se recuperou e fechou as portas. O que feito com esta verba? Cadê prestação de contas, governador Jaques Wagner?”, questiona Hilton Coelho.
“Cerca de dois mil trabalhadores do Hospital Espanhol estão com salários e direitos trabalhistas atrasados. Não foram eles que criaram a crise financeira e administrativa. Não podem pagar por isso. Vemos agora no Hospital Alayde Costa, localizado em Escada, no Subúrbio Ferroviário, uma nova crise e um atentado aos direitos dos trabalhadores, no caso os médicos que lá atuam. Os médicos pediram demissão coletiva após a troca de gestão e o arrocho salarial que seria implantado. Deram um prazo de 15 dias para proceder a transferência dos pacientes internados e providenciar a alta dos que estejam em condições de serem liberados. Sou morador da região e acompanho o desespero das pessoas que precisam ser atendidos pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Escada, que funciona na mesma unidade. O que espera o Estado, aqui incluo os governos municipal, estadual e federal, para tomarem providências e assumirem seu papel constitucional? Saúde é um dever do Estado e um direito de todos”, finaliza Hilton Coelho.