Tensões geopolíticas dificultam a recuperação econômica global
O jornal espanhol El País publicou uma reportagem nesta quinta-feira (25), falando sobre a lenta recuperação da economia mundial. “mergulhada no caminho da recuperação, não pode respirar fácil”.
Tanto a espiral de violência no Oriente Médio quanto as tensões na Ucrânia ameaçam ainda mais as perspectivas de crescimento global. As expectativas de crescimento caíram de 3,7% para 3,4% desde abril de 2014. O Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou um relatório nesta quinta (25), na Cidade do México, e pinta um cenário caracterizado pela fadiga das grandes potências econômicas, especialmente as da zona do euro. Eles ainda ressaltam que “nenhuma força robusta é observado nas economias avançadas” e o jornal completa, lembrado que, além disso, os principais mercados emergentes são ponderados por restrições financeiras.
“Em meio a esta mediocridade”, continua o jornal, “o FMI destaca a atividade ‘inesperadamente favorável’ no Japão, Alemanha, Reino Unido e Espanha. Este último, cujas previsões estão avançando constantemente aumentando”. Com um crescimento de 1,2% em 2014 e 1,6% em 2015, a Espanha está acima da média da área do euro (1,1% e 1,5%, respectivamente), após anos de recessão.
Mas a evolução positiva destas quatro potências representa um ambiente relativamente fraco e, portanto, sujeito a riscos. A primeira é o conflito longo, nunca terminando no Iraque. Piorou nos últimos meses pelo avanço jihadista, o que causa um “forte rali” dos preços do petróleo, segundo o relatório do FMI. Um aumento que já foi sentido este ano e lembrou os importadores de petróleo, como a Europa, os perigos da sua dependência energética.
O segundo fator desestabilizador vem da Ucrânia, um corredor profundamente marcado, mais uma vez, pelo jogo de energia. A crise, na qual a Rússia está mergulhada, diminuiu as demandas internas. Assim, de um aumento de 3,4% do PIB, em 2012, passa para um crescimento de apenas 0,2% este ano, demonstrando as pressões que Vladmir Putin pode começar a sofrer.
A outra grande recorte em previsões corresponde para os EUA, mas aqui o problema é outro. O FMI observa que a dureza do inverno, contrariando a grande demanda, fez as exportações caírem. O resultado é um aumento do PIB de apenas 1,7% neste ano (dois décimos a menos que em 2013). O banco central, no entanto, aponta para uma melhoria gradual, podendo voltar até 3% em 2015
(Jornal do Brasil)