Satélite é nova (e ótima) forma de medir riqueza
Pelas contas nacionais, a pobreza mundial tem caído substancialmente nos últimos anos. Pelas pesquisas de campo, nem tanto.
Um novo trabalho publicado pelo Federal Reserve Bank de Nova York em abril sugere a inclusão de um terceiro instrumento: imagens noturnas de satélites.
Medir o nível de pobreza (e riqueza) em um país não é tarefa fácil, e pode-se chegar a resultados bem diferentes dependendo do método utilizado.
“É intuitivo que as luzes noturnas devem refletir a atividade econômica em algum grau, já que a luz é um insumo crítico em vários processos de produção e consumo”, dizem os autores Maxim Pinkovskiy e Xavier Sala-i-Martin.
A vantagem das imagens de satélite é que elas são impessoais (ao contrário das pesquisas de campo) e tem um critério único que ultrapassa fronteiras (ao contrário das contas nacionais).
Dessa forma, colocar as luzes como variável independente é uma forma de medir a correlação entre essa e as outras medidas.
Os pesquisadores fizeram isso e concluíram que as contas nacionais, afinal, fazem um trabalho melhor. As pesquisas de campo tem seu valor, mas devem entrar com apenas 18% de peso em uma fórmula ideal.
E por essa nova fórmula, associada com as luzes de satélite, as evidências apontam que as taxas de pobreza nos países em desenvolvimento tem caído muito mais rápido do que apontava a literatura até agora.
(Exame)