Portugal empata com os EUA e evita eliminação
Cristiano Ronaldo precisou de apenas uma bola. Após 90 minutos constrangedores, nos quais deixou evidente que a tendinite no joelho é um problema sério, o astro português evitou a eliminação portuguesa com um passe milimétrico para Varela. O gol, marcado aos 48 minutos do segundo tempo, decretou o empate por 2 a 2 entre Portugal e Estados Unidos, em Manaus, e impediu a eliminação precoce da seleção europeia na Copa do Mundo.
A igualdade, porém, não ajuda muito Portugal. Nem Gana, que também chega à rodada final com um ponto e na briga pela vaga. Quem vencer o duelo entre europeus e africanos, na próxima quinta-feira, em Brasília, poderá sonhar. O problema é que um empate no outro jogo, também às 13h, em Recife, classificará Estados Unidos e Alemanha, seja qual for o placar do Mané Garrincha.
Máquina defeituosa
Cristiano Ronaldo, cujo invejável porte o diferencia da maioria dos jogadores, deixou claro que está muito abaixo dos 100% de condição física. Durante os 90 minutos ele flutuou discretamente por todas as áreas do campo, pouco participativo. Quando teve a bola, soltou-a rapidamente ou sofreu com a dura marcação norte-americana.
O astro português teve poucas boas participações no jogo, uma delas num chute de fora da área que Howard pegou sem grande dificuldade. Em outra, num veloz contra-ataque, ao invés de encarar o marcador optou pelo passe para Nani, que chutou forte para nova defesa do goleiro. No mais, tentou uma falta da entrada da área, muito mal cobrada, e cansou de aparecer impedido por trás da defesa. Até o minuito final, quando teve chance de brilhar.
Áreas congestionadas
Talvez para economizar energia, os dois times começaram a partida com uma frouxa marcação meio-campo e se preocuparam mais em povoar as duas áreas. Assim, raras foram as vezes em que os ataques conseguiram se aproximar dos gols de Howard e Beto. Por outro lado, as jogadas fluíram bem até a intermediária, e os chutes de fora da área deram trabalho aos goleiros.
O único lance relevante construído dentro da área culminou com o gol português, numa falha individual. Aos 5 minutos, André Almeida cruzou da esquerda, o chute de Cameron espanou e a bola sobrou para Nani no segundo pau. O goleiro Howard se atirou antes e deixou o gol aberto para o português abrir o placar.
Os EUA também tiveram sua chance na área, mais por mérito próprio que por demérito português. Johnson recebeu ótima enfiada pela direita, foi à linha de fundo e cruzou para trás. Bradley bateu sem goleiro e Ricardo Costa salvou em cima da linha. Mas o gol saiu apenas no bom e velho chute de longe, com Jones, aos 18 minutos da etapa final. Um belíssimo chute, forte e preciso.
Defesas decidem
Os últimos 30 minutos de jogo foram torturantes. As equipes até que tentaram, tiveram espaço para jogar, mas faltou qualidade. Portugal evidenciou que não funciona sem Cristiano Ronaldo nas melhores condições. E os Estados Unidos, até certo ponto satisfeitos com o empate, diminuíram o ímpeto ofensivo e fizeram o que sabem melhor: defender.
Quem não soube se defender foi Portugal. Com Miguel Veloso improvisado na lateral esquerda após a lesão de André Almeida, os EUA aproveitaram o espaço por ali. Após jogada pela direta, a bola sobrou do outro lado para Zusi, que cruzou para o gol de barriga de Dempsey.
Aos 48 minutos, quando a eliminação de Portugal era certa, Cristiano Ronaldo recebeu a bola pela ponta direita. Não chutou, não partiu em velocidade. Ele parou, olhou, cruzou com precisão e Varela, de cabeça, fez o gol que evitou a eliminação antecipada de Portugal.
(IG)