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Ataques continuam na Ucrânia após ordem de cessar-fogo

Rebeldes no leste da Ucrânia promoveram uma série de ataques contra uma base da força aérea e três postos de vigilância de fronteira, informou neste sábado o ministério da Defesa ucraniano, horas depois que o presidente do país, Petro Poroshenko, declarou um cessar-fogo unilateral por sete dias. Separatistas disseram que não tinham a intenção de abandonar suas armas a menos que forças do governo se retirassem completamente das regiões controle de rebeldes.
O Ministro da Defesa ucraniano afirmou que um ataque rebelde ocorreu uma hora depois do início do cessar-fogo, quando um grupo de insurgentes tentou penetrar o perímetro de uma base aérea na região de Donetsk e abriu fogo contra forças do governo usando armas de pequeno porte e granadas. O confronto durou cerca de 90 minutos e acabou depois que chegaram reforços do governo.
O presidente Poroshenko definiu o cessar-fogo unilateral como o primeiro passo de um plano de paz que mira o fim dos confrontos que já duram dois meses. Ele pediu que os insurgentes pró-Rússia deixassem suas armas e ofereceu anistia àqueles que não são acusados de crimes graves. Em ultima instância, o governo mudaria para um sistema mais descentralizado, garantindo mais autonomia para as regiões. Apesar do cessar-fogo, porém, o governo informou que responderia se fosse atacado.
Diplomatas no ocidente disseram que a esperança é que o cessar-fogo pressione Moscou a conter os separatistas, já que os russos vêm sendo acusados de apoiar os rebeldes com fornecimento de armas. A chanceler alemã Angela Merkel e o presidente francês François Hollande pediram que o presidente russo Vladimir Putin ajude a implementar um cessar-fogo no leste da Ucrânia. O governo alemão elogiou neste sábado o movimento de Petro Poroshenko. “Agora é hora de encontrar uma solução política e o plano de paz do presidente ucraniano é um bom começo para isso”, disse em comunicado.
A Rússia respondeu friamente ao plano, chamando-o de “um ultimato” em vez de um convite para que os rebeldes se juntem as conversas de paz. Na sexta-feira, o Kremlin confirmou que estava movendo mais tropas para fronteiras, semanas depois de trazê-las de volta a suas bases.
Neste sábado, Putin ordenou que forças militares no centro da Rússia ficassem em alerta de combate e anunciou exercícios por tropas paraquedistas. O porta voz da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Oana Lungescu, lamentou os exercícios dizendo que “eles podem ser vistos como uma escalada da crise com a Ucrânia.” 
A Organização das Nações Unidas (ONU) calcula que 356 pessoas morreram com a violência na Ucrânia desde 7 de maio e 34 mil deixaram suas casas. A conta não inclui confrontos mais recentes e anteriores a 7 de maio.
A União Europeia (UE) não conseguiu convencer a Ucrânia a assinar um acordo selando sua aproximação com o Ocidente, em função da pressão de Moscou, o que constitui uma derrota para os europeus. No final da terceira cúpula da Parceria Oriental entre a UE e seis ex-repúblicas soviéticas – Ucrânia, Geórgia, Moldávia, Bielo-Rússia, Armênia e Azerbaijão – os resultados foram aquém do esperado. Somente Moldávia e Geórgia assinaram o acordo. O presidente ucraniano Viktor Yanukovich explicou que, antes de firmar um acordo, Kiev necessita “de um programa de ajuda financeira e econômica” da UE. “Não se pode, tal e como quer o presidente ucraniano, pedir que paguemos para que a Ucrânia entre nesta associação”, retrucou François Hollande, presidente da França

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