Um pouco da história e uma opinião sobre o Navio Maragogipe
Por Paulo Vicente Guerreiro
(O tema é longo, mas, todos os maragogipanos devem ler um pouco da nossa história)
É uma vergonha que tenhamos de ver o nosso Navio Maragogipe de tantas histórias, de tantos momentos marcantes na vida de nós – Maragogipanos -, condenado ao desmonte. Ele foi um gigante da navegação da Baía de Todos os Santos e do Rio Paraguaçu.
Aqui vai um pouco da história do Navio Maragogipe:
Quando ainda não existiam rodovias em Maragogipe, as embarcações eram os únicos meios de transportes para que os Maragogipanos e grande parte da população do Recôncavo pudessem locomover-se para Salvador e localidades ribeirinhas ao Rio Paraguaçu.
O Maragogipe, que é de fabricação alemã, navegou por 35 anos, nas águas da Baía de Todos os Santos, saindo pela manhã da cidade de Maragogipe às 05:00hs e retornava às 02:00hs da tarde. Sua capacidade era de 600 passageiros, todavia durante os festejos da festa de São Bartolomeu, uma das mais tradicionais do Recôncavo, chegava a transportar quase o dobro de passageiros.
Quase todos os tipos de mercadorias eram transportados pelo Maragogipe, como mariscos, produtos agrícolas, móveis, e etc., cumprindo assim, um papel importante para a economia regional.
O navio possui 46,15 m de comprimento, dos quais 42,50 m de linha de água, calado de 2,35 m e deslocamento leve de 364,7 toneladas.
O navio havia sido doado à Prefeitura de Maragogipe em setembro de 2001. A prefeitura anunciou a intenção de implantar um museu náutico, mas não levou o projeto adiante. O Termo de Reversão de Bens Móveis foi assinado, em 5 de dezembro, com o novo prefeito do município, Carlos Hermano Albuquerque Baumert, anulando a doação.
A situação do navio, que estava com problemas de má conservação, foi comunicada à Superintendência de Serviços Administrativos – SSA, da Secretaria da Administração (Saeb), através da Capitania dos Portos, sendo tomadas todas as providências necessárias para a retomada pelo Governo do Estado.
O ofício da Saeb ao novo prefeito, Carlos Hermano Albuquerque Baumert, solicitando providências e posicionamento quanto ao Maragogipe, foi expedido após decisão tomada a partir de uma reunião envolvendo a Saeb, o CRA e a Capitania dos Portos.
O navio Maragogipe foi arrematado por R$ 204 mil, em leilão promovido pela Secretaria da Administração do Estado, na Marina e Estaleiro Aratu. O ágio foi de 204,5% sobre o preço mínimo de R$ 67 mil.
Inicialmente o arrematante, Jeová Ferreira, que na época disse representar um grupo de empresários baianos, explicou que o navio “poderá ser utilizado para transporte, para atividades de lazer ou como restaurante”, deixando claro que o navio não sairia da Bahia, e seria reformado para atividades turísticas.
Disse, ainda, que o navio precisaria de uma ampla reforma, mas que a sua recuperação é viável, afirmando, também, que um outro atrativo para a aquisição do Maragogipe, era o valor simbólico do navio, que navegou por décadas na Baía de Todos os Santos, transportando passageiros e mercadorias entre Salvador e a cidade de Maragogipe.
Ressalte-se que o leiloeiro Miguel Paulo da Silva disse que o resultado superou as suas expectativas. “Foi uma ótima venda”, afirmou. Ele ressaltou, ainda, que nos momentos finais o leilão foi bastante disputado, lance a lance, entre um grupo empresarial de Santa Catarina e o grupo baiano que acabou conseguindo o arremate.
De minha parte a saudade ainda é maior, pois boa parte da minha vida vivenciei o Navio Maragogipe na companhia do meu saudoso pai VICENTE DESSA PEIXOTO, que era responsável pela Companhia de Navegação Baiana em Maragogipe.
Não sei o final que levará o Maragogipe, mas, trago no peito uma dor de ver o meu, o nosso velho Maragogipe na atual situação que se encontra.
Esse foi o destino dado ao navio |
SAUDADE E A DOR DE NÃO TERMOS TIDO NO MUNICÍPIO UMA LIDERANÇA POLITICA QUE TENTASSE CONSERVÁ-LO OU, PELO MENOS, DESSE AO MESMO O FIM DIGNO DO QUE REPRESENTOU PARA A NOSSA CIDADE E EM NOSSAS VIDAS.
(Blog do Zevaldo)