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Mulheres têm atendimento especial durante a folia

As mulheres que brincam o Carnaval de Salvador estão tendo atenção e atendimento especial durante a folia. É que a Superintendência de Políticas para as Mulheres (SPM), parceira do Observatório da Discriminação Racial e LGBT, Violência contra a Mulher e Exploração Sexual da Criança e Adolescente, registra e monitora os casos de discriminação e violência cometidos contra a mulher neste período. Ao todo, 140 observadores estão atuando em todo o circuito para monitorar os casos de violência cometidos contra mulheres, crianças, idosos e o público LGBT.
O Centro de Referência Loreta Valadares (CRLV), localizado nos Barris, recebe este ano o primeiro serviço de Plantão de Acolhimento às Mulheres vítimas de violência. No local, são oferecidos atendimento de apoio psicológico, jurídico e de serviço social, além do encaminhamento para a Delegacia Especial de Atenção à Mulher (Deam), Ministério Público ou hospitais, em caso de necessidade. De acordo com a titular da SPM, Mônica Kalile, nestes quatro dias de Carnaval foram registrados 110 atendimentos nos circuitos da festa. “A maioria das ocorrências são realmente de violência contra as mulheres, como agressões, xingamentos, ameaças, entre outros tipos”, conta.
Outro ponto destacado por Mônica é a violência contra a mulher no âmbito familiar, que não necessariamente tem relação direta com o Carnaval. “Mesmo com a folia acontecendo, com a época de festa, dentro dos lares continuam havendo as divergências”, conta. Segundo ela, estes casos são registrados e posteriormente encaminhados para o Loreta Valadares.
A exposição na mídia também está sendo monitorada, com a execução de músicas que induzem coreografia obscena, que fazem referencia a violência verbal, moral, sexual ou física, além de reportagens estereotipadas e publicidades pejorativas. Ao todo, já foram registradas 66 ocorrências deste tipo.
A questão da mulher no mercado de trabalho também está sendo monitorada neste Carnaval. Algumas cordeiras já foram flagradas trabalhando de sandálias, grávidas, idosas e até mesmo recebendo salário menor que o pago ao público masculino. “Isso não pode mais acontecer, isso não tem mais relação com o Carnaval de Salvador”, conta. “Se somos trabalhadoras temos que receber o mesmo valor salarial, é a mesma força de trabalho que está sendo empreendida naquele momento”, frisa.
Delegacia da Mulher – Além do CRLV, Mônica lembra também que as mulheres podem contar ainda com o atendimento na Deam do bairro de Periperi. Desde a última sexta-feira (28), foram registradas 20 ocorrências no local envolvendo situações de violência, geralmente provocadas por ex-parceiros que não aceitam que a mulher curta a festa.
Incidente – No ultimo sábado (1º), integrantes de um bloco que desfilava no Circuito Osmar (Campo Grande/Praça Castro Alves) realizaram algumas brincadeiras que desagradaram o público feminino e observadores que acompanhavam o desfile. Na ocasião, foram jogados grãos de milho em direção às mulheres, além de jatos de água gelada e urina. De acordo com a superintendente, algumas providências para evitar que estas brincadeiras aconteçam novamente já foram tomadas. “O bloco já foi notificado, e hoje estaremos de olho. Caso a situação se repita, corre o risco de não desfilar nesta terça-feira (04)”, frisou Mônica.

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