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IGP-M: disparada preocupa pelo impacto nos preços ao consumidor

O que impressiona na disparada da inflação medida pelo IGP-M, que subiu 1,67% em março, muito mais do que em fevereiro (0,38%), é o comportamento dos preços agrícolas no atacado. É o que diz o economista Luiz Otávio Leal, do banco ABC Brasil. Ele explicou que o resultado deste mês representa a maior variação percentual desde junho de 2008 (1,98%). Por conta desse resultado, no acumulado em 12 meses, o IGP-M deu um salto, subindo de 5,76% para 7,30%. Leal falou também sobre o que preocupa agora: o impacto dessa alta nos preços ao consumidor.
– O grande motivo para a piora expressiva foi o IPA agrícola, que passou de uma deflação de 0,61% para uma inflação de 6,16%, uma variação absoluta de 6,76 p.p, a maior desde agosto de 2008. Essa situação é preocupante principalmente pensando em qual vai ser o impacto disso sobre o IPCA. Já notamos uma aceleração do grupo alimentação nas últimas divulgações deste índice, mas acreditamos que o pior ainda está por vir – diz.
O economista lembra que, por enquanto, são os alimentos in natura – legumes, frutas e verduras – que estão subindo. Mas ele diz que o IGP-M já registra altas expressivas de itens com ligação direta com os índices de preços ao consumidor, como café (34,47%), ovos (25,37%) e, principalmente, bovinos (3,85%). Milho e soja, que acabam batendo em aves e suínos, também subiram.
Por conta disso, ele acha que os preços no varejo podem ter uma piora em março e, principalmente, em abril. (Por Valéria Maniero)

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