Hidrelétricas do país estão com baixos níveis de água e térmicas são a saída
O nível de água das hidrelétricas brasileiras está baixo. O fato é preocupante porque 64% da energia elétrica utilizada no país deriva desse recurso energético. Hoje, as reservas das regiões Sudeste e Centro-Oeste, responsáveis pela maior parte da energia elétrica gerada no país operam com 42,42% da capacidade total de seus níveis de água. A situação ainda é melhor do que a registrada no mesmo período do ano passado, quando essa marca chegou a 37,46%. No entanto, outras saídas devem ser pensadas para suprir o consumo de energia elétrica que cresce exponencialmente no Brasil.
A situação mais crítica ocorre nos reservatórios do Nordeste, que estão funcionando com 37,82% de suas capacidades. Já no Norte, esse número sobe para 52,17% e no Sul fica em 58,86%.
De acordo com Plínio Milano, diretor operacional da Siclo Consultoria em Energia Ltda, em curto prazo, o necessário é ativar as termelétricas do país. “É preciso uma solução imediata, que significa ser qualquer fonte alternativa de energia. A principal é a térmica. Existe o projeto de Angra 3 que também vai melhorar a situação e qualquer usina em operação é uma solução. Mas nada é instantâneo. As usinas térmicas já estão prontas, então, em curto prazo, elas são a saída”, explica.
Mas as termelétricas têm seus problemas: como produzem energia a partir da queima de combustíveis fósseis, o impacto no ambiente é grande e a produção é cara, pesando na conta de luz do consumidor final. No Brasil, apesar da matriz energética se basear majoritariamente nas reservas de água das hidrelétricas, o Sistema Interligado Nacional(Sin), coordenado pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), também engloba as térmicas, que atuam em períodos de condições hidrológicas desfavoráveis.
As bandeiras tarifárias são uma iniciativa da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para avisar o consumidor final com antecedência sobre o aumento ou não do custo da energia por meio de bandeiras que viriam junto à tarifa. Portanto, quando a conta viesse acompanhada da bandeira amarela, por exemplo, haveria um acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatt-hora (kWh) consumido pelo uso de térmicas.“Quanto mais você usa uma termelétrica, mais sobe a tarifa da conta de luz na data do reajuste de cada concessionária. Nesse contexto de repasse de custo, foram criadas as bandeiras tarifárias, que avisarão o consumidor sobre a situação atual dos reservatórios através de bandeiras verdes, amarelas e vermelhas”, conta Plínio.
Já na banheira verde, não há mudanças na conta e na bandeira vermelha o aumento é de R$ 3,00 para cada kWh. O projeto entraria em vigor em janeiro de 2014, mas foi adiado para janeiro de 2015 porque, segundo a Aneel, as regras de faturamento e detalhamento do uso da energia ainda estão em discussão.
(Jornal do Brasil)