Aprovação do PPA e da LDO aprofunda a exclusão social em Salvador, avalia Hilton Coelho (PSOL)
O vereador Hilton Coelho (PSOL) avalia que a sessão ordinária Câmara de Salvador aprovou na terça-feira, 10, o Plano Plurianual de Aplicações (PPA 2014-2017) e a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO 2014), foi contrária aos interesses da maioria da população. “O PPA proposto por ACM Neto prioriza o investimento na questão urbana da cidade. Se é verdade que Salvador necessita de muitos investimentos nesse setor, é verdade também que o prefeito tem investido em setores que não são tão urgentes, como a requalificação da orla da Barra, enquanto outras regiões da cidade continuam em estado caótico”, diz.
“Vê-se que, mais uma vez, se privilegia as grandes obras, que envolvem interesses das grandes construtoras e do mercado imobiliário, em detrimento de outros temas mais importantes e relevantes para a Salvador. Exemplo disso é a inclusão da Linha Viva no PPA, orçada em R$ 1,3 bilhão e que vai iniciar a cobrança de pedágio dentro da malha urbana contínua da cidade”, avalia Hilton Coelho.
Ele explica que dos R$ 17 bilhões projetados de investimentos para os anos de 2014 a 2017 o item desenvolvimento urbano ficou com R$ 7,224 bilhões; administração municipal, R$ 3,73 bilhões; educação, R$ 1,946 milhão; área social, R$ 414 milhões para assistência social, criança e adolescente, gênero, raça e cidadania.
“É só avaliar os números para entender quem ganha com o PPA. Além disso, o PPA destina quase R$ 42 milhões nos quatro anos para o Programa Alfa e Beto, que, em maio, o Ministério Público recomendou a suspensão do programa que considero racista, machista e homofóbico. Por outro lado, para assistência à criança e adolescente, o PPA reserva apenas R$ 2,18 milhões nos quatro anos”, critica de forma veemente o socialista.
Em relação à LDO Hilton Coelho afirma que “também foi construída com a lógica da exclusão. Prevê a requalificação da orla, mas, como já iniciado, em áreas elitizadas da cidade. Prevê a elaboração do Plano Salvador 500, projeto para o futuro da cidade, mas elaborado por ‘especialistas’, sem consultar a população”. Hilton Coelho acrescenta que “não há qualquer previsão para a elaboração de um novo Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU), promessa de campanha e que é aguardado por toda a sociedade soteropolitana a fim de se planejar a cidade não para o mercado imobiliário, mas para a sua população. Por respeito à população, nosso mandato votou contra”, finaliza.