Gabrielli :Salvador nos próximos 25 anos
“Como estará Salvador daqui a 25 anos?” Para responder a esta pergunta, o secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, fez uma reflexão histórica desde a formação da cidade até os dias atuais. Ampliando a questão para um panorama geral da Bahia, Gabrielli concluiu que o grande desafio do planejamento, hoje, é pensar a reconcentração do Estado, conforme a reconfiguração imposta pelos novos investimentos, que devem alcançar mais de R$ 70 bilhões até 2015, notadamente em energia, mineração e celulose e papel, privilegiando áreas fora do eixo da Região Metropolitana de Salvador.
O tema foi debatido anteontem, durante o evento “Pensando junto a Cidade do Futuro”, realizado no Hotel Mercure, em comemoração aos 25 anos do Sindicato da Arquitetura e da Engenharia (Sinaenco). No painel, participaram como debatedores o professor da Ufba, Marcus Alban, e o coordenador de Planejamento e Transportes da Secretaria de Urbanismo e Transporte de Salvador, Francisco Ulisses, sob a mediação do presidente da Sinaenco, seção São Paulo, José Roberto Benasconi.
No seu retrospecto histórico, Gabrielli lembrou que Salvador se originou em torno do porto, usado para o transporte de mercadorias, especialmente na região da Baía de Todos-os-Santos, e a atividade econômica predominante era o comércio. Já no século XX, a urbanização se afasta do porto, passando a ocupar as cumeeiras, reproduzindo um modelo francês.
Entre as décadas de 1920 e 1940, observa Gabrielli, a capital baiana passa por um processo de estagnação econômica. Após esse período, a retomada do crescimento se dá no sentido Norte e Nordeste. A construção da rodovia Rio-Bahia (atual BR 116, concluída em 1963) dá uma nova dinâmica ao Estado, ao passo que valoriza este modal de transporte.
Gabrielli, contudo, destacou a necessidade de lançar um novo olhar sobre o Porto de Salvador. “É necessário olhar sua atividade combinada com o Porto de Aratu, formando um complexo portuário na Baía de Todos-os-Santos”, diz o secretário. Ele também defende a valorização e ampliação do modal ferroviário.
O secretário do Planejamento da Bahia, por fim, pontuou diversas obras previstas ou em andamento, que vão reconfigurar o panorama de infraestrutura da Bahia, refletindo também em Salvador.
Tribuna