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Canadá, Austrália e Japão — o trio do retrocesso na COP 19

Emissões saindo de fábricas
Enquanto os Estados Unidos vêm demonstrando disposição em reduzir suas emissões a partir de combustíveis fósseis, outros países desenvolvidos parecem regredir. Depois do Canadá e da Austrália, foi a vez do Japão dar um passo atrás e anunciar cortes em sua meta de redução de emissões.
Na reta final da COP 19, a reunião da ONU sobre o clima, que acontece na Polônia, o país anunciou que vai cortar sua meta de redução de emissões de CO2 dos prometidos 25% para meros 3,8% até 2020, em relação às emissões de 2005.
O desligamento da indústria nuclear japonesa, em 2011, foi o argumento que o representante do país na Conferência, Yoshihide Suga, deu para justificar a degradação massiva de ambição. Segundo ele, fontes limpas e alternativas não dariam conta de suprir toda demanda energética do país, que, por isso, precisaria recorrer a fontes poluentes, como as termelétricas à carvão.
Segundo cálculos da Ong Climate Action Tracker, que acompanha o emprenho dos países nessa seara, a nova meta japonesa coloca o país em saia justa – até 2020, as emissões do Japão terão aumentado 3,1% acima dos níveis de 1990, acrescentando milhões de toneladas de CO2e na atmosfera.
Alguém viu algum ministro australiano na COP?
A Austrália decidiu rebaixar o nível da sua delegação e enviou burocratas à COP no lugar de um ministro. Na verdade, o retrocesso do país na questão climática ficou claro com a eleição de Tony Abbot para primeiro-ministro em setembro. A plataforma da Abbot sustenta a promessa de revogar impostos sobre o carbono no país.
Aos burocratas enviados à COP 19 foi dada a instrução expressa de que a delegação não deverá inscrever o país em nenhum novo acordo climático que envolva gastar dinheiro ou cobrar impostos, e que exclua a Austrália de desempenhar qualquer papel em uma possível transferência de riqueza dos países ricos para as nações em desenvolvimento.
(Exame)

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