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Proteína do veneno de serpente pode ser boa para o coração

Cobra urutu
Testes in vitro feitos na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) indicam que a alternagina-C (ALT-C) – uma proteína extraída do veneno da serpente urutu (Bothrops alternatus) – é capaz de aumentar a força de contração cardíaca e tem potencial farmacológico a ser explorado.
A proteína está sendo testada no miocárdio de camundongos e de peixes durante o pós-doutorado de Diana Amaral Monteiro – com Bolsa da FAPESP – sob a supervisão do professor Francisco Tadeu Rantin e colaboração de Heloisa Sobreiro Selistre de Araújo e Ana Lúcia Kalinin.
Resultados preliminares foram apresentados por Monteiro durante a 28ª Reunião Anual da Federação de Sociedades de Biologia Experimental (FeSBE), realizada em agosto em Caxambu (MG).
“Se os resultados positivos se confirmarem em futuras etapas, essa proteína poderá ser útil no tratamento de doenças como insuficiência cardíaca, infarto e isquemia crônica do coração”, afirmou Monteiro.
A ALT-C foi isolada inicialmente durante uma pesquisa coordenada por Araújo e apoiada pela FAPESP. O método de obtenção da molécula foi patenteado por causa de sua propriedade de induzir a angiogênese, ou seja, a formação de novos vasos sanguíneos.
“Como os estudos anteriores mostraram que a proteína promoveu revascularização e regeneração em pele lesada de ratos, surgiu a ideia de que também tivesse efeito benéfico no sistema cardiovascular”, contou Monteiro.
Nos testes já realizados, a pesquisadora administrou, por via intra-arterial, uma dose única de ALT-C no peixe traíra (Hoplias malabaricus). Após 7 dias, a contratilidade, in vitro, de tiras ventriculares isoladas do coração dos animais foi analisada. A ALT-C causou um aumento significativo na força de contração do miocárdio de traíra e nas taxas de contração e relaxamento, modulando positivamente a contratilidade cardíaca.
(Exame)

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