Viagem de Snowden a Cuba foi cancelada por pressão dos EUA
O ex-analista de inteligência Edward Snowden ficou ‘preso’ na zona de transferência do aeroporto de Moscou porque o governo cubano se negou a recebê-lo. A afirmação foi feita pelo jornal russo Kommersant, em reportagem publicada nesta segunda-feira. Em junho, o delator dos programas secretos de vigilância dos Estados Unidos viajaria ao Equador, a partir de Hong Kong, para onde fugiu antes mesmo da divulgação das primeiras reportagens com dados sobre a bisbilhotagem do governo americano. A caminho do Equador, ele faria uma escala em Havana. Mas ele não embarcou na data prevista.
De acordo com o jornal russo, a ilha dos irmãos Castro negou-se a receber o americano devido a pressões dos Estados Unidos. Autoridades cubanas informaram que a aeronave não seria autorizada a pousar se Snowden estivesse a bordo.
“A rota escolhida e o pedido de ajuda foram uma completa surpresa para nós. Nós não o convidamos”, disse uma fonte do governo russo, não identificada pelo Kommersant. A ilha não respondeu oficialmente ao pedido de asilo do ex-analista, que apresentou solicitações a mais de vinte países. Com o passaporte cancelado pelas autoridades americanas, que querem julgá-lo nos EUA, Snowden acabou passado mais de um mês na área de trânsito do aeroporto Sheremetyevo até conseguir asilo temporário na Rússia.
O Kommersant disse ainda que antes de embarcar para Moscou, Snowden passou dois dias no consulado russo em Hong Kong para declarar sua intenção de voar para a América Latina via Moscou. À época, pouco depois da chegada do analista a Moscou, o presidente Vladimir Putin afirmou que a Rússia não estava ciente dos planos de Snowden e que o desembarque havia sido “totalmente inesperado”.
(Veja)