Comissão define 4º Prêmio Maria Felipa
Representantes da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher na Câmara Municipal de Salvador definiram, na segunda-feira (15), os detalhes para a quarta edição do Prêmio Maria Felipa – homenagem às mulheres afro-descendentes que se destacaram na luta pela igualdade racial. Entre os integrantes da Comissão presentes no encontro estavam a presidente, Tia Eron (PRB), a vice, Aladilce Souza (PCdoB), e Joceval Rodrigues (PPS).
De acordo com Tia Eron, idealizadora do prêmio, a homenagem deste ano discutirá a atuação das matriarcas negras independentemente da sua vinculação religiosa. “Não podemos deixar de reconhecer a força da mulher e mãe negra que luta diariamente pela igualdade de oportunidades e para que seu filho viva em um mundo em que as diferenças de credo não se sobrepunham a esta luta comum”, defendeu.
A quarta edição do Prêmio Maria Felipa acontecerá no plenário Cosme de Farias, no dia 26 de julho, às 19h – um dia após a data em que se comemoram o Dia Municipal da Mulher Negra e o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha. Entre as mulheres que receberão homenagens na cerimônia deste ano estão a oficial da Polícia Militar no Rio de Janeiro que comandou a primeira UPP na comunidade de Santa Marta na capital fluminense, Priscila de Oliveira Azevedo, a âncora do SBT Manhã, Joyce Ribeiro, a empresária que desenvolveu uma fórmula revolucionária para o tratamento de cabelos crespos e ondulados, Heloísa Assis, entre outras.
Também estiveram presentes na reunião da Comissão na segunda-feira, a secretária Municipal de Reparação, Ivete Sacramento, a superintendente da Secretaria de Promoção da Mulher, Mônica Kalile, e a coordenadora de Comissão da Mulher da OAB-BA, Dra. Enilza Rocha. Além delas, contribuíram com o debate os vereadores Isnard Araújo (PR) e Silvio Humberto (PSB), que faz parte da Comissão de Reparação da CMS.
Quem foi Maria Felipa?
A homenagem às mulheres negras realizada anualmente na Câmara é inspirada na história de Maria Felipa de Oliveira, que teve um papel importante na independência do Brasil. Em 1822, ela comandou 40 mulheres que queimaram 42 barcos da esquadra portuguesa e ajudou o povo de Salvador a vencer as tropas de Portugal.
A heroína também é conhecida por enfrentar soldados portugueses na Ilha de Itaparica apenas com galhos de cansanção. Maria Felipa era negra, marisqueira, capoeirista, discriminada, sem educação formal e nasceu como escrava. “Essa personagem que acabou sendo ofuscada por outras mulheres importantes que lutaram na Independência da Bahia, como Maria Quitéria e Joana Angélica. Mas Maria Felipa também teve uma função importante na história e não pode ser esquecida. Segundo pesquisas que fiz, ela era voluntariosa, justa e atuava como enfermeira” explica Tia Eron.