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Uma arma contra o Chagas

Foto Otaciano Santos

Um novo medicamento para o tratamento do mal de Chagas está em fase de teste na Bolívia. Foram recrutados 231 pacientes adultos, na fase crônica da moléstia, nas cidades de Cochabamba e Tarija para avaliar o potencial do composto E 1224, um profármacodo ravueonazol, previamente estudado para o combate de fungos, mas que demonstrou eficácia contra o Trypanosoma cruzi, o parasita causador da moléstia. O protozoário afeta o coração e pode causar insuficiência cardíaca.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde, há ao menos 8 milhões de infectados na América Latina, onde a doença de Chagas é endêmica em 21 países. Embora o Brasil tenha reduzido o número de novos casos anuais de 150 mil, na década de 1970, para cerca de 150 a 200 atualmente, é temerário falar em erradicação da moléstia. Uma pesquisa publicada na Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical em 2012, aponta 6 mil mortes por ano associadas ao Chagas, O número de infectados é estimado em 1,7 milhão.

A molécula E 1224 foi descoberta pela indústria farmacêutica Eisai, do Japão. Desde 2009, a empresa estuda o composto em parceria com o DNDi, organização sem fins lucrativos voltada para a pesquisa de novas drogas para o tratamento de doenças negligenciadas. A E 1224 teve a eficácia comprovada em testes laboratoriais e em modelos animais. Entre as vantagens da nova substância estão a redução do tempo de tratamento, de três meses para um, maior eficácia nos casos crônicos e redução dos efeitos colaterais, como alergias e reações no sistema nervoso.(Carta Capital)
“Até agora, os testes indicaram que a droga é mais eficaz e segura, além de ter custo acessível aos sistemas públicos de saúde”, diz Eric Stobbaerts, que atuou por 20 anos na ONG Médicos Sem Fronteiras e está à frente do escritório da DNDi na América Latina desde 2009. “Se passar por todas as etapas, a expectativa é registrar o medicamento nas agências reguladoras cm 2015.”

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