Paralisação na Embasa (BA) tem adesão total e empresa já admite apresentar nova proposta
Como sempre a categoria se mostrou unida: a paralisação de advertência realizada na última quinta (13) teve adesão maciça, na capital e interior, mostrando para a Embasa que não aceita, de forma alguma, a proposta que apresentou para o acordo coletivo deste ano. Como sabe da nossa força, a direção da empresa já admite apresentar uma segunda proposta até a data de realização da próxima assembleia, nesta quarta (19), às 9 horas, no CAB, quando vamos avaliar o movimento e os próximos passos da campanha salarial.
Logo após a assembleia do último dia 7, que decidiu pela paralisação, o Sindicato realizou duas reuniões de negociação com a direção da Embasa. Esta continua alegando as mesmas dificuldades econômicas de sempre, especialmente pela necessidade de investir no semiárido assolado pela seca, mas o Sindicato não aceita os argumentos e tem dito que, apesar disso, a empresa teve um bom desempenho no ano passado, atingindo mais de 90% das suas metas, tudo graças ao esforço dos (as) trabalhadores (as). Foram nesses dois encontros que a empresa admitiu fazer nova proposta para o acordo.
Somos a favor dos investimentos para melhorar todo o sistema de saneamento no estado, incluindo o atendimento às áreas flageladas pela seca, mas é preciso também investir no quadro de pessoal e na melhoria dos salários. É necessário o compromisso de rever a política salarial, sobretudo para empregados (as) de nível médio e os (as) que recebem o piso salarial, além da correção das distorções salariais em diversos cargos.
Queremos avançar nas conquistas e não vamos aceitar retrocesso, como o corte do prêmio aposentadoria. Para quem está temeroso com esse corte, vale ressaltar que a Súmula 277, do TST, dá uma garantia expressa ao decidir que “as cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho”. Portanto, esse retrocesso não vamos permitir.
Ainda em relação à política salarial, a Embasa disse que lançará uma licitação para contratar empresa para fazer uma pesquisa e que, caso constate defasagem e distorções, tem possibilidade de corrigi-las. Vai constatar o óbvio, e esse óbvio é o grande motivo dos nossos protestos e que precisa ser corrigido imediatamente.
O Sindicato solicitou ao Dieese uma pesquisa salarial bem detalhada no setor de saneamento, mas já fez uma pesquisa inicial que mostrou detalhes importantes. O salário inicial para o pessoal de nível médio na Embasa é o sexto pior entre todas as empresas do setor, no Brasil, conforme se pode ver na tabela ao lado. Mas há um detalhe preocupante: a maioria das empresas que tem salário pior do que a Embasa são empresas que abriram seu capital à iniciativa privada. Ou seja: é preciso redobrar cuidados contra qualquer possibilidade de privatização que significa, sempre, salários baixos, redução de conquistas e demissão de trabalhadores (as). Basta ver, aqui na Bahia, o exemplo da Coelba. É uma luta que também implica em não aceitar a parceria público-privada, uma privatização disfarçada. (Sindae-BA/CUT)