Contrastes entre o bem e o mal
Diz a revista Exame, com data de capa de 3 de abril, que na Ásia existe um povo e dois caminhos. O tema refere-se, na palavra do colunista Guilherme Manechini, às duas Coreias. A do norte, comunista, e a do sul, de livre mercado e democracia.
A matéria traz números, sempre implacáveis, num um desempenho comparativo. Vale a pena conferir. A Coreia comunista tem 24,6 milhões de habitantes e um PIB per capita de 1.800 dólares. A Coreia livre tem 49,8 milhões de habitantes e um PIB per capita de 32.400 mil dólares. Nada mais seria preciso dizer, mas há outros dados importantes.
A Coreia comunista tem um PIB total de 40 bilhões de dólares. A Coreia do Sul tem um PIB total de 1,1 trilhão de dólares.
A Coreia comunista tem 59% da população com acesso a saneamento básico. A do Sul, não comunista, tem 100%. A Coreia ditatorial tem um volume de exportações de 4,7 bilhões de dólares. A do Sul, US$ 548 bilhões.
As populações de Berlim (antes da queda do Muro) Oriental, de Cuba e da Coreia do Norte, não podem sair de seu país livremente. O Muro caiu, Berlim se reunificou e voltou a ser um dos grandes centros livres do mundo. Cuba só é aberta para o turismo dirigido. E a Coreia do Norte é um feudo familiar sob domínio de força.
Esses poucos dados servem para ilustrar uma situação que muitos com formação de esquerda fingem ignorar, na vontade de fazer prevalecer a utopia mentirosa do socialismo, do comunismo, de que o regime totalitário visa a melhoria da qualidade de vida das populações e a liberdade desses povos.
Falaciosa inverdade. O que buscam, de fato, é o controle permanente, a dominação do poder, sem opositores, sem críticos e o bem estar, a melhor qualidade de vida, do que se chamava nomenklatura na antiga União Soviética de.
No Brasil, o mal intencionado, cujo direito de opção ideológica é assegurado, tenta – utilizando-se dessa mesma via libertária –, suprimir direitos de outros, usando de curvas sinuosas para tentar criar mecanismos de eliminação da liberdade de opinião, de supressão da divulgação da verdade e de extirpação da condição oposicionista.
Franco Montoro dizia que nos países onde a social democracia estava no poder, existia o partido comunista (e outros de esquerda radical), mas que nos países onde os partidos comunistas estavam no poder, não existiam outros partidos.
Isso é verdade até hoje. Há muita gente no governo do PT querendo acabar com a liberdade de expressão e de opinião, sob a fantasia de “controle social da mídia”. Gente do mal. Querem agir sem contestação e sem obrigação de atuação aberta, legal. Querem se perpetuar no poder.
E fazem um barulho danado contra quem não esteja vinculado a este compromisso ideológico opressor. Interessante que não se observam grupos pagos, profissionalizados, na chamada “militância”, fazendo arruaça contra quem quer que seja quando os protagonistas, mesmo sendo infratores, criminosos, desonestos, da dita esquerda estão envolvidos.
Lula e Dilma
Na Folha de São Paulo da penúltima sexta feira, Luís Carlos Mendonça de Barros, que foi presidente do BNDES e Ministro das Comunicações de Fernando Henrique assinala que Dilma trouxe ao Planalto a visão do PT de que cabe ao governo liderar o processo de desenvolvimento, enquanto Lula (sabiamente, digo eu) deu sequência à política macroeconômica herdada de FHC. Isso deu a Lula a possibilidade de colher frutos já maduros de uma economia organizada e com futuro.
Em seu raciocínio, Mendonça de Barros mostra que Dilma, estatizante, centralizadora (minha observação) numa guinada de direção que tirou a confiança da iniciativa privada, instalou no País efeitos deletérios com problemas reais que afetam hoje a nossa economia.
Se vamos precisar de mais uns 30 anos depois que o petismo deixar o poder para restaurar algum resquício de moralidade pública no País, parece que a curto prazo teremos saudades da política econômica de Lula, na verdade herdada de FHC.
Por Paulo Saab