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Wagner e Neto têm plano B se acordo sobre metrô falhar

O governador Jaques Wagner  deu nesta segunda-feira, 18, um ultimato à prefeitura  em busca de um desfecho para a novela em torno do metrô de Salvador. Em entrevista  Wagner reclamou do fato de o governo baiano  ainda enfrentar dificuldades para obter da prefeitura a transferência do sistema para o Estado.
“Nós temos que pensar no povo de Salvador. A menos que alguém me diga: ‘não, é melhor para Salvador ficar só com ônibus e não tem metrô’. Se  for, não tem problema, me avise que eu gasto R$ 600 milhões em outras obras que Salvador também precisa”, disse Wagner.
O prefeito ACM Neto, por sua vez, destacou que vai “no limite em busca de uma entendimento”  com o governo do Estado. Mas ressaltou que a prefeitura já traça o seu plano B, caso o acordo não vingue: “Vamos apresentar uma proposta para viabilizar os funcionamento dos seis quilômetros já existentes do metrô”, assegurou.

Na raiz do imbróglio estão diferentes propostas para alimentar o sistema metroviário com passageiros, já que somente 10% dos usuários devem usar o metrô sem algum tipo de integração.
Por um lado, o governo defende um sistema de ônibus   independente do convencional, enquanto  a prefeitura quer interligar o atual sistema de ônibus ao metrô, aplicando uma tarifa integrada.
No caso da adoção da integração, o governo só aceita arcar com R$ 0,95 da passagem integrada – o mesmo valor que custaria para os cofres estaduais  o trecho no sistema de alimentação. Já a prefeitura, quer que o estado arque com R$ 1,40 da passagem integrada.
Duas visões – No entendimento de Wagner, não há sentido no governo ceder na negociação, já que  as obras de conclusão do metrô de Salvador e sua futura operação serão bancadas pelos cofres estaduais.
“Vamos ser objetivos. Estou assumindo, na proposta original, um investimento do Estado de mais de R$ 600 milhões, um custo para o Estado de R$ 150 milhões por ano, (para a operação) mais o trem do subúrbio, que hoje está custando R$ 30 milhões por ano. E ainda estou oferecendo a (linhas) alimentação de graça”, disse Wagner.
Já  ACM Neto disse que a negociação é necessária para evitar  desequilíbrio financeiro no sistema de ônibus, que iria onerar o usuário que não vai usar o metrô: “Tenho responsabilidade e devo proteger o usuário de ônibus de qualquer aumento abusivo”.
O governador e o prefeito de Salvador deverão se reunir na sexta, 22, para discutir o assunto.
(A Tarde)

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