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Satélite conseguiu captar a primeira luz emitida após o Big Bang há mais de 13 bilhões de anos

 A Agência Espacial Europeia lançou em 2009 o satélite Planck para realizar uma missão cujo principal objetivo era buscar a primeira luz emitida depois do Big Bang.
  Nesta quinta-feira (21), os cientistas revelaram o mapa mais detalhado do início do Universo até então criado, e eles concluíram que o Universo é 80 milhões de anos mais velho do que os cientistas pensavam e calculavam, isto é, a idade do universo seria 13,082 bilhões de anos.
O retrato que o telescópio reproduziu, resultado dos 15,5 meses iniciais datados pelo Planck, mostra a luz mais antiga do Universo, impressa no céu quando ele tinha apenas 380 mil anos.
A extraordinária qualidade do retrato de Planck do Universo infantil nos permite descascar suas camadas para as próprias bases, revelando que o nosso modelo do cosmos está longe de terminar” disse Jean-Jacques Dordain, diretor geral da ESA.
George Esfthathiou, um astrofísico anunciou o mapeamento pelo satélite Planck, afirmando que a partir desses resultados, uma nova composição do Universo poderá ser pensada. “Para um cosmólogo, este mapa é uma mina de ouro de informações”, afirma o pesquisador.
O Universo infantil era composto por prótons, elétrons e fótons a uma temperatura bastante elevada. O Planck captou o traço fóssil dos primeiros fótons que escaparam quando os prótons e elétrons se uniram para formar os átomos de hidrogênio. Essas partículas elementares de luz surgiram do cosmos e viajaram durante 13 bilhões de anos até chegar a nós. A radiação, entretanto, tem uma temperatura de apenas 2,7 graus e é invisível, podendo apenas ser detectada na gama das ondas de rádio.
As informações extraídas do novo mapa de Planck é uma excelente confirmação do modelo padrão de cosmologia, e segundo os pesquisadores, tem uma exatidão sem precedentes.
O mapa por si só tem uma precisão tão grande que a partir dele, descobriu-se uma assimetria nas temperaturas médias dos hemisférios opostos do céu. Isso contradiz a teoria feita pelo modelo padrão de que o Universo deve ser praticamente semelhante independente da direção na qual olhamos.
O fato de que o Planck fez tal significativa detecção dessas anomalias apaga quaisquer dúvidas sobre a sua realidade, que já não se pode dizer que são artefatos das medições. Eles são reais e nós temos que olhar para uma explicação crível“, diz Paolo Natoli, da Universidade de Ferrara, na Itália.
François Bouchet do Institut d’Astrophysique de Paris acrescenta: “Imaginem investigar os alicerce de uma casa, e descobrir que alguns são fracos. Você pode até não saber se esses alicerces fracos podem derrubar a casa, mas vai fazer de tudo para reforçá-los o mais rápido possível”, em entrevista ao DailyMail.
Os dados gerados pelo Planck podem ainda permitir que os cientistas extraiam os valores mais detalhados das matérias que compõe as estrelas e galáxias, por exemplo.
Os raios de luz a partir do CMB, que são a radiação do fundo cosmológico, apresentam algumas flutuações de temperatura que correspondem a regiões de densidade que são diferentes e trazem consigo a significação de massa e outras características que todas as estrelas e galáxias que se conhece possuem. O Planck também indica que a energia escura, aquela força que seria responsável pela aceleração da expansão do Universo, representa menos do que os cientistas supunham que existisse.
(Jornal da Ciência)

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