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Regulação e Policlínicas: Um sonho distante da realidade

A população da Bahia enfrenta diariamente um enorme desafio: o acesso a exames de média e alta complexidade, transferências de pacientes em estado grave para hospitais especializados e a realização de cirurgias ou outros procedimentos. Essas dificuldades refletem a deficiência na estrutura de saúde de muitos municípios baianos. Para amenizar esse cenário, foi anunciada a criação das policlínicas, com a promessa de agilizar o atendimento especializado em várias cidades, em parceria com hospitais e fundações responsáveis pela gestão desses equipamentos. Porém, na prática, essas iniciativas têm enfrentado críticas severas devido à ineficiência no cumprimento de seus objetivos, deixando a população desamparada.

O sofrimento do povo baiano é visível nas filas intermináveis das UPAs e hospitais por todo o estado. Pacientes esperam semanas por uma vaga para tratamento, muitos sem sucesso. A situação é ainda mais cruel para aqueles que não resistem à espera, resultando em óbitos que poderiam ser evitados. Esse drama atinge não apenas os pacientes, mas também seus familiares, amigos e as equipes médicas, que se esforçam ao máximo para salvar vidas, mas veem seu trabalho limitado por uma burocracia sufocante e ineficaz.

Apesar das inúmeras promessas, as ações concretas não têm sido suficientes para transformar essa realidade. O descaso com a saúde pública reflete a falta de compromisso dos gestores públicos, seja no âmbito municipal, estadual ou federal. A saúde, um direito constitucional de todos, tem sido tratada como um problema secundário, gerando uma sensação de impotência generalizada. Até mesmo aqueles que compreendem os trâmites burocráticos do sistema encontram dificuldades para obter respostas rápidas e eficazes.

O faz de conta que permeia a gestão da saúde pública no Brasil precisa ser combatido com urgência. A responsabilidade pela oferta de uma saúde plena e digna recai sobre os três entes federativos – Municípios, Estado e União. É fundamental lembrar que a saúde não é um favor, mas um direito, e qualquer desvio desse princípio é um atentado contra a dignidade da população. A Bahia, assim como o Brasil, clama por soluções reais e efetivas, não apenas promessas vazias.

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