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Prefeitos herdam cidades sucateadas por antecessores

Depois da festa da vitória, os novos chefes do executivo de pequenos e médios municípios de estados como Pernambuco, Paraná e São Paulo têm percebido o tamanho da encrenca que assumiram ao encontrar a situação de “terra arrasada” deixada por seus antecessores, que, em vários casos, após serem derrotados, simplesmente abandonaram a administração.  
A lista de problemas começa com prédios depredados, frota de veículos sucateada, corte de luz e água, salários atrasados e caixa vazio. Em alguns municípios, o absurdo é ainda maior com o sumiço de móveis, documentos e computadores – o que impede que os novos prefeitos saibam de imediato até mesmo quantos funcionários trabalham na máquina pública.
Finanças – Muitas prefeituras não registraram casos tão absurdos, mas a maioria dos novos prefeitos está assumindo cidades com má saúde financeira. O presidente da Confederação Brasileira de Municípios, Paulo Roberto Ziulkoski, afirma que, em 2012, pelo menos 70% dos 5.565 municípios brasileiros não conseguiram cumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal.
“O trabalho de prefeito é tão complicado e pouco atraente para gente séria que acaba afastando os bons administradores, as pessoas mais capazes. Assim, muitos aventureiros e maus administradores acabem preenchendo o espaço”, disse Ziulkoski. “As cidades não têm receita, já que quase tudo é arrecadado pelo governo federal, que não manda uma contrapartida justa às cidades. Claro que há maus administradores, mas muitos prefeitos não tinham mesmo como fechar as contas. Eles não têm BNDES, Caixa, ou Fundo Soberano para tapar os buracos, como o governo federal e os estaduais fazem.”
Na segunda-feira, mais de 5.000 prefeitos devem ir a Brasília para se encontrar com a presidente Dilma Rousseff. Na ocasião, o governo federal deve anunciar um “pacote de bondades” para os prefeitos em dificuldades, que inclui a ampliação de programas federais, como Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Dilma também encomendou à área econômica uma proposta de “encontro de contas”. É uma antiga reinvindicação dos prefeitos, que pedem mudanças nos descontos de dívidas municipais com o INSS. Atualmente, esses descontos são feitos nos repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), mas os prefeitos querem que esse débito seja primeiro confrontado com os créditos federais que as prefeituras têm a receber, o que pode diminuir o valor a ser abatido.
(Veja)

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